Bolsonaro orientou ministros a questionar urnas e Judiciário em reunião no Palácio do Planalto em vídeo de 5 de julho de 2022

Em reunião realizada no dia 5 de julho de 2022, o ex-presidente Jair Bolsonaro defendeu a busca de apoio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para assinar uma carta questionando a credibilidade do sistema eleitoral. O vídeo dessa reunião faz parte das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado, e o trecho foi transcrito pela Polícia Federal e integra a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que autorizou a Operação Tempus Veritatis, deflagrada no dia 8 de fevereiro de 2024, com Bolsonaro e aliados, ex-ministros e militares como alvos.

Durante a reunião, Bolsonaro afirmou que a proposta seria que cada membro da comissão de transparência eleitoral assinasse algo escrito e pedisse a OAB para dar credibilidade à Polícia Federal, em uma nota conjunta que questionasse a lisura das eleições. Além disso, ele planejava falar com os embaixadores e integrantes da comissão na semana seguinte, para fazer uma nota conjunta. Bolsonaro também elogiou a mudança na OAB, dizendo que a entidade tinha uma pessoa que fugiu da história de ser um partido político antigamente.

Em resposta, a OAB divulgou uma nota reforçando a confiança no sistema eleitoral e nas urnas eletrônicas. A entidade atua de forma a rejeitar falsas acusações contra a Justiça Eleitoral e foi a primeira a reconhecer os resultados das eleições de 2022. A OAB enfatizou que rejeitará ativamente qualquer ataque que tente enfraquecer as eleições e, por consequência, a democracia.

A organização também protocolou uma petição no Supremo Tribunal Federal para derrubar a decisão de Moraes que proibiu a comunicação entre advogados e investigados pela operação. O presidente nacional da OAB, Beto Simonetti, afirmou que essa medida foi tomada para salvaguardar as prerrogativas dos advogados, garantindo que eles não sejam proibidos de interagir ou serem confundidos com seus clientes.

A defesa de Bolsonaro, por sua vez, emitiu uma nota afirmando que o ex-presidente “jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito ou as instituições que o pavimentam”. A nota foi assinada pelos advogados Paulo Bueno, Daniel Tesser e Fábio Wajngarten.

É importante ressaltar que o caso continua em desenvolvimento e as investigações estão em andamento para esclarecer os fatos e determinar as eventuais responsabilidades dos envolvidos. As autoridades competentes continuam a atuar para garantir a preservação da democracia e do Estado de Direito.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo