Mesmo apoiando o ex-presidente, Baptista Júnior foi duramente criticado por membros do governo, como o ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto, por não estar alinhado com os planos do Executivo. Essa falta de alinhamento aconteceu mesmo após a derrota de Bolsonaro.
Em um post nas redes sociais, o brigadeiro escreveu: “A ambição derrota o caráter dos fracos. Aliás, revela. Já tendo passado dos 60 anos, não tenho mais o direito de me iludir com o ser humano, nem mesmo aqueles que julgava amigos e foram derrotados pelas suas ambições”. Esse desabafo aconteceu na sexta-feira, dia 9.
Segundo revelações da PF, havia insatisfação dentro do governo Bolsonaro em relação ao então comandante da FAB. As críticas eram lideradas por Walter Braga Netto, que foi candidato a vice na chapa de Bolsonaro. Mensagens do ex-ministro revelaram que Braga Netto incentivava um movimento de críticas ao militar.
Em uma das mensagens vazadas, Braga Netto escreveu: “Senta o pau no Baptista Júnior. Povo sofrendo, arbitrariedades sendo feitas e ele fechado nas mordomias. negociando favores. Traidor da Pátria. Daí para frente. Inferniza a vida dele e da família”. O ex-ministro também compartilhou com outra pessoa uma série de imagens com críticas ao então comandante da Aeronáutica. Tanto Braga Netto quanto essa outra pessoa foram alvo de busca e apreensão em uma operação da PF.
Essa polêmica envolvendo um ex-comandante da Aeronáutica, membros do governo e a Polícia Federal mostra como as relações políticas no Brasil podem ser intensas e conflituosas. É um reflexo da polarização e das divergências que marcam a realidade do país. A repercussão dessas questões também é uma demonstração de como a atuação dos militares tem um peso considerável no cenário político nacional.
