Na madrugada de 7 de julho, acompanhou outros acusados até a residência privada de Moïse, onde um comando de mercenários colombianos matou o presidente a tiros sem a intervenção de seus guarda-costas. Sua ação na conspiração consistiu em aconselhar seus cúmplices sobre o cenário político haitiano, participar de reuniões com líderes políticos e comunitários do país e participar de um plano para estimular protestos contra Moïse e usá-los como cobertura para derrubá-lo. Ele frequentemente usava um “pin” do Departamento de Estado americano, dando a entender que trabalhava para Washington.
Ex-informante da Agência Antidrogas dos EUA (DEA, na sigla em inglês), segundo jornais como o Miami Herald, Vincent se comprometeu a colaborar com o Ministério Público. Antes de ouvir sua sentença, dirigiu-se aos presentes no tribunal. “Por favor, perdoem-me pelo que fiz”, disse ele em crioulo haitiano.
A Justiça americana reivindicou jurisdição sobre este caso, no qual acusou 11 pessoas, alegando que parte do complô foi arquitetado na Flórida. Quatro pessoas foram condenadas à prisão perpétua: Vincent; o ex-senador haitiano Joseph Joel John; Rodolphe Jaar, um empresário haitiano-chileno; e Germán Rivera, oficial reformado do Exército colombiano. Segundo o Ministério Público, os conspiradores queriam sequestrar Moïse e substituí-lo por Christian Sanon, cidadão haitiano-americano. Não conseguindo sequestrar o presidente, decidiram, então, matá-lo.
O Haiti prendeu 17 pessoas pelo assassinato do presidente, de 53 anos, mas nenhuma delas foi formalmente acusada. O pequeno país, considerado o mais pobre das Américas, mergulhou em um violento caos desde seu assassinato, e a Presidência permanece vaga. Em 2023, sofreu quase 5.000 homicídios, e janeiro de 2024 foi o “mês mais violento em mais de dois anos”, conforme a ONU. As repercussões do assassinato de Moïse continuam a afetar a política e a segurança no Haiti, com consequências duradouras para o país e sua população.