Ministro do STF suspende novo julgamento dos acusados pelo incêndio da Boate Kiss, marcado para fevereiro de 2024.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, tomou uma decisão que impactará diretamente o futuro dos acusados pelo incêndio na Boate Kiss, que chocou o Brasil em 2013. O novo julgamento estava marcado para o dia 26 de fevereiro de 2024, porém, de acordo com a decisão do ministro, a data foi suspensa.

Toffoli acatou um recurso apresentado pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul, argumentando que um novo júri poderia gerar um “tumulto processual”, visto que ainda há recursos a serem julgados. Em sua decisão, o ministro afirmou que a possibilidade de decisões opostas seriam traumáticas, onerosas e prolongariam o processo.

Essa suspensão, de acordo com a decisão do STF, vigorará até que a Corte Suprema analise os recursos extraordinários apresentados. O novo julgamento havia sido marcado após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) manter a anulação da condenação de dois sócios da boate e de integrantes da banda Gurizada Fandangueira.

Com a decisão, as condenações dos ex-sócios da boate Elissandro Callegaro Spohr e Mauro Londero Hoffmann, juntamente com o vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos, e o produtor musical Luciano Bonilha, continuam anuladas. Todos os acusados haviam sido condenados a penas que variavam entre 18 e 22 anos de prisão.

Os advogados dos acusados alegaram ao STJ que o júri que condenou seus clientes foi repleto de nulidades, defendendo a manutenção da decisão que anulou as condenações. Entre as irregularidades apontadas pelos advogados, estão a realização de uma reunião reservada entre o juiz e o conselho de sentença, sem a presença do Ministério Público e das defesas, além do sorteio de jurados fora do prazo legal.

O incêndio na Boate Kiss, ocorrido em 2013, resultou na morte de 242 pessoas e deixou mais de 600 feridos, chocando a população. O desenrolar do caso tem sido acompanhado de perto pela sociedade, e a suspensão do novo julgamento representa mais um capítulo nessa complexa e trágica história. Agora, com a decisão do ministro do STF, o desfecho do caso permanece em suspenso, aguardando a análise dos recursos extraordinários pela Corte Suprema.

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