Os diálogos obtidos pela PF revelaram que Correa Neto sabia horas antes o nome exato dos comandantes militares que seriam expostos pelo empresário e então comentarista em programas de rádio e televisão, o que demonstra a existência de uma ação coordenada para expor e pressionar os militares que não aceitassem aderir aos planos golpistas. O ministro Alexandre de Moraes detalhou no relatório que o grupo de incitação de militares escolhia “alvos para amplificação de ataques pessoais contra militares em posição de comando que resistiam às investidas golpistas”.
A participação ativa de Correa Neto na organização de uma reunião em Brasília com a presença de oficiais militares também foi destacada nas investigações. Ele intermediou o convite para a reunião e selecionou apenas os militares formados no curso de Forças Especiais, demonstrando um planejamento minucioso para utilizar técnicas militares para consumar o golpe de Estado.
O ministro Alexandre de Moraes destaca ainda a existência de um documento que serviria como suposto manifesto de oficiais superiores do Exército com “clara ameaça de atuação armada”. Por conta dessas investigações, foi solicitada a prisão preventiva de Figueiredo Filho, porém a decisão proibiu apenas o contato com os demais investigados no esquema de preparação do golpe de Estado.
Figueiredo Neto já esteve envolvido em problemas anteriores com a Polícia Federal, tendo sido preso em 2019 nos Estados Unidos por suspeita de integrar um esquema de pagamento de propinas a dirigentes do BRB, banco controlado pelo governo do Distrito Federal. Seu nome também consta em pelo menos 18 processos em tribunais brasileiros.
A reportagem entrou em contato com Figueiredo Neto para obter um posicionamento da defesa, porém aguarda resposta.