Repórter Recife – PE – Brasil

Estudo mostra que 82% das espécies de árvores na Mata Atlântica estão ameaçadas de extinção, revela pesquisa publicada na revista Science.

Uma equipe de pesquisadores de instituições brasileiras e estrangeiras realizou um estudo abrangente e preocupante sobre o estado das espécies de árvores na Mata Atlântica. Segundo a pesquisa, 82% das espécies de árvores existentes somente na Mata Atlântica, o que representa 2.025 espécies, estão sob ameaça de extinção.

Os resultados do estudo foram publicados na revista Science e revelam que 4.950 espécies de árvores presentes no bioma estão em risco, com dois terços delas ameaçadas. A Mata Atlântica é um bioma de extrema importância, abrangendo cerca de 15% do território nacional em 17 unidades federativas.

A pesquisa também identificou que mais da metade das espécies endêmicas da Mata Atlântica, ou seja, aquelas que só existem nesse bioma, estão sob risco de extinção. Além disso, os especialistas enfrentaram a triste constatação de que 13 espécies endêmicas foram consideradas possivelmente extintas, e outras cinco espécies haviam sido classificadas como extintas.

Para chegar a essas conclusões, a equipe de pesquisadores utilizou uma base de dados de mais de 3 milhões de registros de herbários e de inventários florestais de toda a Mata Atlântica. Eles seguiram critérios rigorosos estabelecidos pela União Internacional de Proteção da Natureza (IUCN) para avaliar o nível de risco das espécies.

O docente Renato de Lima, um dos autores do trabalho, ressaltou que o estudo é bastante abrangente e completo, e que o objetivo é criar uma “lista vermelha” das árvores ameaçadas do bioma. Ele também destacou que a pesquisa revelou que, mesmo considerando avaliações conservadoras, a situação das espécies endêmicas é preocupante.

Os pesquisadores apontam que, além do desmatamento, a qualidade das florestas remanescentes também está em risco, devido ao fogo, corte de madeira ilegal, presença de espécies invasoras e pisoteio por gado. Eles alertam que é necessário ter qualidade para manter as espécies ao longo do tempo.

De acordo com a SOS Mata Atlântica, hoje restam apenas 24% da floresta original. A entidade defende a preservação das áreas que cercam mananciais, nascentes e margens dos rios como uma medida importante para a recuperação da Mata Atlântica.

Em resumo, os resultados do estudo apontam para uma situação alarmante das espécies de árvores na Mata Atlântica e ressaltam a importância de ações urgentes para a preservação desse ecossistema tão rico e ameaçado.

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