El Niño diz adeus e La Niña se prepara para chegar no segundo semestre

O mundo vem acompanhando, nos últimos meses, as consequências de um dos fenômenos climáticos mais marcantes: o El Niño. O aquecimento das águas do Oceano Pacífico na região equatorial trouxe uma série de impactos, como chuvas fortes e secas em diferentes partes do planeta. No entanto, após um ano e meio de duração e sucessivos recordes de temperaturas, o El Niño está prestes a ceder lugar ao La Niña.

Segundo a Agência Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), as águas mais frias do La Niña devem passar a vigorar entre julho e setembro, em substituição ao El Niño. Esse fenômeno climático, que ocorre com intervalos de dois a sete anos, traz consigo uma série de mudanças nos padrões de circulação das correntes marítimas e massas de ar ao redor do mundo. No Brasil, o La Niña costuma resultar em fortes chuvas nas regiões Norte e Nordeste, enquanto no Sul há elevação das temperaturas e seca.

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) indicou recentemente que, apesar do El Niño estar classificado como forte no momento, a intensidade do fenômeno deve mudar de moderada para fraca nos próximos meses, com a formação do La Niña no segundo semestre. O relatório mensal produzido pelo Inmet visa fornecer informações sobre o fenômeno e apoiar órgãos federais e estaduais, além de ajudar na tomada de decisões referentes a questões como colheitas.

Enquanto o El Niño influenciou recordes sucessivos de calor em todo o mundo, o La Niña traz consigo a perspectiva de chuva nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, além de ondas de frio nos períodos de outono-inverno e primavera. Para a meteorologista Estael Sias, da MetSul, é importante destacar que áreas da América do Sul podem enfrentar estiagem e ondas de calor intensas no próximo ano.

A expectativa é que o mundo continue sob a influência do El Niño até maio, enquanto um período de neutralidade climática ocorrerá antes do início do La Niña. Esse fenômeno não se sucede imediatamente ao El Niño, podendo ocorrer de forma prolongada e se repetir. O relatório divulgado pelo observatório europeu Copernicus confirmou que o ano de 2023 foi o mais quente já registrado, devido à influência do El Niño, que esteve relacionado a eventos extremos como ciclones extratropicais no Sul e a estiagem na Amazônia.

Assim, o mundo se prepara para as mudanças causadas pela transição do El Niño para o La Niña, que trará consequências distintas para várias regiões do globo. A expectativa é que, após um período de temperaturas recordes, as condições climáticas sejam alteradas pela atuação do La Niña. A transição entre esses dois fenômenos se mostra como um momento crucial para pesquisas e previsões meteorológicas em todo o planeta.

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