O objetivo da iniciativa é visitar os espaços dedicados à capoeira na cidade e entrevistar os responsáveis, além de criar um banco de dados que ficará disponível para entidades e pesquisadores interessados no tema. As informações coletadas serão apresentadas no dia 17 deste mês.
Em entrevista à Agência Brasil, o contramestre Renato Manoel de Souza, conhecido como Palito, destacou a importância do cuidado para envolver no projeto apenas pessoas comprometidas com a capoeira. Ele ressaltou que a capoeira é alvo histórico de ataques originados do racismo e que é direcionada a mestres negros, que muitas vezes enfrentam discriminação.
Palito milita em diversas frentes no movimento negro e ressalta que o censo é um desdobramento de outras ações iniciadas nos anos anteriores. Ele também destacou que a aproximação com autoridades governamentais resultou no lançamento do Edital de Fomento para a Capoeira, com um orçamento de R$ 2,5 milhões.
A pesquisa censitária, segundo Palito, contribuirá para a qualificação das ações do movimento dos capoeiristas junto ao poder público e deverá impulsionar uma descentralização de recursos e políticas públicas, beneficiando diversos grupos. Ele enfatizou que a cultura afrodescendente e diaspórica é fundamental para o desenvolvimento da maior cidade do país.
Ao longo da entrevista, Palito destacou a importância da capoeira e ressaltou que a discriminação é dirigida à pessoa negra e não à atividade em si. Ele também ressaltou a necessidade de mapear os grupos de capoeira, pois, caso algum espaço não mapeado deixe de existir, isso passará despercebido.
A pesquisa censitária realizado pelo Fórum da Capoeira de São Paulo e pelo Instituto Caifazes Ação Social promete trazer importantes contribuições para a valorização e preservação dessa manifestação cultural de grande importância para a cidade de São Paulo.
