Durante um comício de campanha no sábado (10), Trump declarou que permitiria que a Rússia atacasse aliados da Otan que não se comprometessem a pagar 2% do PIB para o setor de defesa, em conformidade com o estatuto da aliança militar. O democrata Biden ressaltou que tais afirmações de Trump foram ouvidas pelo mundo inteiro e que o ex-presidente “está falando sério” sobre essa postura.
A cláusula de defesa mútua do Artigo 5 da Otan estabelece que um ataque armado contra um ou mais de seus membros será considerado um ataque contra todos os membros. Trump tem retratado frequentemente os aliados da Otan como dependentes das Forças Armadas dos EUA e tem questionado abertamente o valor da aliança militar.
Desde a invasão russa em grande escala da Ucrânia em 2022, a Finlândia entrou na aliança e a Suécia deve seguir o mesmo caminho. A Otan foi fundamental para apoiar as necessidades militares de Kiev no conflito que já dura quase dois anos.
Os aliados da Otan concordaram em 2014, após a Rússia anexar a Península da Crimeia da Ucrânia, em suspender os cortes de gastos que tinham feito após a Guerra Fria e passar a gastar 2% do seu PIB no setor de defesa até 2024. No entanto, a meta de gastos não é um requisito para os membros da Otan.
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, também se pronunciou sobre o assunto, afirmando que “qualquer sugestão de que os aliados não se defenderão mutuamente mina toda a nossa segurança, incluindo a dos EUA, e coloca os soldados americanos e europeus em risco”.
Este debate em torno do comprometimento dos Estados Unidos em defender os aliados da Otan em um possível cenário de ataque russo reflete a preocupação e tensão geopolítica na região. As declarações de Biden e Trump continuam a instigar o debate sobre a importância da aliança militar no contexto das relações internacionais.
