Os organizadores das cozinhas comunitárias relatam que a última remessa de alimentos do governo foi recebida em novembro. Desde a chegada do novo ministro, Javier Milei, no cargo, os fundos para restaurantes e cozinhas comunitárias foram congelados, aguardando uma auditoria do sistema atual.
No entanto, não houve nenhum esquema de transição para garantir que a ajuda alimentar continuasse a chegar às pessoas necessitadas. Como resultado, muitos restaurantes populares ficaram dependentes de ajuda municipal insuficiente e doações para fornecer refeições.
A situação está levando mais pessoas a pedir ajuda, uma vez que quase metade dos argentinos vive na pobreza e muitos empregos informais estão sendo cortados. Isso é evidenciado pelo relato de Daniel Barreto, um pedreiro que não consegue mais emprego devido à paralisação de muitos canteiros de obra.
Segundo Melisa Cáceres, professora e organizadora de bairro, a crise está apenas começando, e o número de pessoas atendidas em restaurantes e cozinhas comunitárias aumentou em pelo menos 50% entre dezembro e fevereiro. Existem cerca de 38.000 cozinhas comunitárias na Argentina, segundo Celeste Ortiz, porta-voz do movimento social Barrios de Pie.
As cozinhas comunitárias e restaurantes são organizados espontaneamente ou dependem de organizações, refletindo o forte senso de comunidade dos argentinos. No entanto, a falta de apoio do governo e o aprofundamento da crise econômica estão tornando cada vez mais difícil para esses locais fornecer alimentos para um número crescente de pessoas necessitadas. A situação reflete a realidade em que muitos argentinos se encontram, lutando para se sustentar diante de um cenário econômico desafiador.