Polícia Federal prende foragido condenado pela Chacina de Unaí (MG) após cinco meses em Campo Grande (MS)

Na madrugada desta terça-feira (13), a Polícia Federal prendeu Hugo Pimenta em Campo Grande (MS). Pimenta, que estava foragido há cinco meses, foi condenado pela Chacina de Unaí (MG) a 96 anos de prisão por participação no assassinato de auditores fiscais do Trabalho e de um motorista em janeiro de 2004.

O criminoso teve sua pena reduzida após firmar acordo de delação em 2015, quando admitiu ter participado do crime. Segundo a PF, Pimenta estava com um passaporte falso no momento da prisão. Sua captura ocorre após o Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF-6), em Belo Horizonte, determinar a prisão imediata dos mandantes da chacina, os fazendeiros Antério Mânica e Norberto Mânica, e de mais dois condenados por terem intermediado o crime, entre eles Hugo Pimenta.

Antério Mânica se entregou à Polícia Federal em Brasília, enquanto Norberto Mânica é considerado foragido. A Chacina de Unaí ocorreu em 28 de janeiro de 2004, quando os auditores fiscais do Trabalho Erastóstenes de Almeida Gonçalves, João Batista Soares, Nelson José da Silva e o motorista Ailton Pereira de Oliveira foram assassinados à queima-roupa em uma emboscada na zona rural de Unaí, enquanto investigavam denúncias de trabalho análogo à escravidão.

As investigações apontaram os fazendeiros Antério e Norberto Mânica como mandantes do crime, resultando em suas condenações a 100 anos de prisão. José Alberto de Castro e Hugo Pimenta foram condenados por terem contratado os atiradores. Até o momento, os únicos cumprindo pena eram os três pistoleiros, Erinaldo Vasconcelos, Rogério Allan e William Miranda, presos desde 2004 e condenados em 2013.

A Chacina de Unaí completou 20 anos em janeiro deste ano, sendo um marco para a criação do Dia Nacional do Combate ao Trabalho Escravo. A reportagem da TV Brasil forneceu informações sobre o caso e sua repercussão ao longo dos anos. A prisão de Hugo Pimenta representa um avanço na busca por justiça para as vítimas da chacina, fortalecendo a luta contra o trabalho escravo e a impunidade de criminosos envolvidos em tais práticas.

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