Torcidas de Corinthians e Palmeiras negam convocação para manifestação política no mesmo local e dia do ato pró-Bolsonaro.

As torcidas organizadas Gaviões da Fiel (Corinthians) e Mancha Alvi Verde (Palmeiras) têm sido alvo de polêmica nas redes sociais nos últimos dias. A polêmica surgiu quando começaram a circular convocações para uma manifestação política no mesmo dia, horário e local em que o ex-presidente Jair Bolsonaro pretende reunir seus apoiadores na Avenida Paulista, em São Paulo, no fim deste mês. No entanto, ambas as torcidas negaram veementemente qualquer envolvimento ou convocação para a realização de manifestações políticas.

A Mancha Alvi Verde, principal torcida organizada do Palmeiras, emitiu uma nota esclarecendo que a torcida tem como única finalidade apoiar a Sociedade Esportiva Palmeiras e preza pelas liberdades de escolha e de posicionamento de seus associados e simpatizantes, desautorizando qualquer convocação para manifestações de cunho político. Da mesma forma, a Gaviões da Fiel também negou que esteja planejando ou incentivando o ato político na Avenida Paulista no próximo dia 25.

Um dos integrantes da Gaviões da Fiel, Danilo Pássaro, do movimento Somos Democracia, afirmou que a informação sobre a convocação das torcidas para um ato político não procede. Segundo ele, as torcidas se uniram em 2020 para defender a democracia, mas consideram que, ao contrário do ano passado, a defesa da democracia não se faz mais necessária. Em maio de 2020, grupos ligados a torcidas de futebol realizaram um ato pró-democracia e antifascista na Avenida Paulista.

Os aliados de Bolsonaro à frente da organização do encontro marcado para o dia 25 também negaram o suposto ato das torcidas, chamando as postagens que circularam nas redes sociais de “boataria”. No entanto, a Secretaria de Segurança de São Paulo (SSP) confirmou que foi notificada da manifestação marcada para o próximo dia 25 e informou que está fazendo um planejamento para garantir a segurança e a ordem, sem detalhar a ocorrência de dois atos distintos no mesmo local.

Em meio a essas polêmicas, Bolsonaro convocou o ato para o próximo dia 25 alegando que quer usar a ocasião para se defender, em meio às investigações da Polícia Federal. O ex-presidente foi alvo da Operação Tempus Veritatis e teve seu passaporte apreendido, sendo investigado por sua suposta participação em uma articulação para dar um golpe de Estado. Além disso, a PF também está apurando outras questões envolvendo o ex-presidente e seu entorno, como a criação de uma “Abin paralela” no governo, a falsificação de dados de cartões de vacinação e a operação de milícias digitais. A controvérsia em torno da manifestação na Avenida Paulista promete se desdobrar nas próximas semanas, ainda mais com a presença das torcidas organizadas no centro das atenções.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo