Crise gera preocupação nas cozinhas comunitárias da Argentina devido à falta de alimentos fornecidos pelo governo.

Cozinhas comunitárias na Argentina enfrentam uma situação crítica em meio à crise econômica no país. Com o governo deixando de fornecer alimentos, os organizadores e voluntários dessas cozinhas se deparam com o desafio de alimentar um número crescente de pessoas em necessidade.

Um dos reflexos dessa crise pode ser visto na cozinha comunitária “Las hormiguitas viajeras” (“As formiguinhas viajantes”), localizada em Loma Hermosa, um bairro pobre em San Martín, no norte de Buenos Aires. Ali, os vizinhos deixam suas panelas e potes em uma mesa no corredor e saem, na esperança de voltar e encontrá-los cheios.

Entretanto, a responsável pela cozinha, Carina López, aponta para as caixas vazias de frutas e legumes, indicando a dificuldade em obter os alimentos necessários para atender à demanda. Ela e outros organizadores de cozinhas comunitárias relatam a falta de remessa de alimentos por parte do governo, desde que o novo governo ultraliberal assumiu o cargo em dezembro.

A promessa de um “método inovador” para garantir a distribuição de alimentos parece não ter saído do papel, deixando milhares de cozinhas comunitárias dependentes de ajuda municipal insuficiente e doações para se manterem.

A situação se agrava à medida que a crise econômica aumenta, levando quase metade dos argentinos a viverem abaixo da linha da pobreza. Com a inflação atingindo níveis alarmantes, muitas famílias estão enfrentando dificuldades para se sustentarem.

A falta de empregos formais amplia o problema, com relatos de cortes de empregos informais e famílias que mal conseguem sustentar seus membros.

Diante desse cenário, as cozinhas comunitárias são fundamentais para fornecer refeições a essas famílias em situação de vulnerabilidade. Estima-se que existam cerca de 38 mil cozinhas comunitárias na Argentina, atendendo um número crescente de pessoas a cada dia.

Diante desse panorama, os organizadores dessas cozinhas alertam que a situação pode piorar nos próximos meses, com o aumento do número de pessoas atendidas. As doações de alimentos e recursos se tornam essenciais para manter essas cozinhas em funcionamento, enquanto a crise econômica no país persiste.

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