O histórico criminal obtido pela reportagem mostra que Nascimento teve seu primeiro registro na Justiça em julho de 2004, quando tinha apenas 14 anos, por causa do porte de arma, enquanto morava em Rio Branco. Já no ano seguinte, em 2005, ele foi apontado pela polícia como autor de um roubo.
Quando atingiu a maioridade, em 2008, o seu histórico criminal se ampliou, envolvendo crimes como porte ilegal de arma de fogo de uso permitido, em fevereiro de 2009. Em julho do mesmo ano, Nascimento foi preso por latrocínio (roubo seguido de morte) e, consequentemente, foi condenado a 28 anos e nove meses de prisão em fevereiro de 2011.
A acusação de prática de crimes continuou nos anos seguintes, com registros de lesão corporal, dano e resistência. Em março de 2012, ele foi preso e processado por roubo qualificado, também na capital acriana. Na cidade de Brasileia, Nascimento foi indiciado e processado por roubo, extorsão e homicídio qualificado.
Desde 2015, ele estava preso por acusações de prática de crime dentro da própria cadeia. Em julho do ano passado, Nascimento foi visto por dois policiais penais tentando recolher, pela janela de sua cela, um pacote que continha 30 tabletes de uma substância semelhante a maconha. Por conta dessa conduta, ele foi acusado de tráfico de drogas – mesmo assim, Nascimento negou.
Nove dias após esse episódio, em 26 de julho, houve uma rebelião na penitenciária, iniciada por 26 presos e que resultou na morte de cinco pessoas, sendo três delas decapitadas. Após essa ocorrência, Nascimento foi transferido para uma penitenciária federal.
A fuga de Nascimento, juntamente com Rogerio da Silva Mendonça, ambos ligados ao Comando Vermelho (CV), da Penitenciária Federal de Mossoró, deflagrou uma extensa operação de busca que envolveu diversas forças de segurança pública e até mesmo organismos internacionais como a Interpol. Até o momento, as forças policiais ainda estão empenhadas em localizar os foragidos.
Essa fuga, inédita no sistema federal, trouxe à tona a primeira crise da gestão de Ricardo Lewandowski à frente do Ministério da Justiça e da Segurança Pública e propiciou a demissão do diretor da unidade de segurança máxima. O governo solicitou à Polícia Federal que incluísse os nomes da dupla no Sistema de Difusão Laranja da Interpol e no Sistema de Proteção de Fronteiras, visando a busca dos foragidos em âmbito internacional.
Paralelamente, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e as forças de segurança, não apenas do Rio Grande do Norte, mas também de Estados vizinhos, estão auxiliando nas operações de busca. Apenas o tempo dirá se Deibson Cabral Nascimento será recapturado e terá que enfrentar as consequências de sua fuga e de seu extenso histórico criminal. No momento, autoridades seguem atentas e dedicadas à busca e captura dos fugitivos.
