Dezenas de países fecham acordo para criar fundo de investimento na luta contra o tabaco em reunião no Panamá.

Dezenas de países unidos no Panamá fecharam um acordo inovador para a criação de um fundo de investimento com o objetivo de financiar a luta contra o tabaco. A chefe da Secretaria da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco da Organização Mundial da Saúde (OMS), Adriana Blanco, anunciou a novidade nesta quinta-feira (15).

Adriana afirmou: “Esta é uma forma inovadora de gerar recursos para ajudar a financiar a implementação dos acordos internacionais contra o tabaco.” Estatísticas apontam que o tabaco é responsável pela morte de mais de 8 milhões de pessoas por ano no mundo, incluindo 1,3 milhão de fumantes passivos, como divulgado pela OMS.

A decisão de criar o fundo foi tomada durante a terceira reunião (MOP3) do Protocolo contra o Comércio Ilícito de Produtos do Tabaco, que terminou ontem, logo após a décima conferência (COP10) dos signatários da Convenção-Quadro. “Está sendo considerado um capital de 25 milhões de dólares [124 milhões de reais] para o Protocolo e o dobro para a Convenção-Quadro, que serão gerenciados em conjunto”, disse Adriana.

A representante da OMS explicou que “esse capital será aportado no Banco Mundial, onde será investido, e o rendimento ficará à disposição da reunião das partes” para financiar pesquisas e outras ações. “Temos doadores interessados. Não podemos dizer quem são, em respeito à confidencialidade do processo. Certamente, quando o compromisso for oficializado, isso será divulgado”, ressaltou Adriana.

A Convenção-Quadro foi assinada por 183 países em 2005, enquanto o Protocolo, em vigor desde 2018, já conta com 68 signatários. A MOP3 resultou no compromisso de fortalecer a luta contra o comércio ilegal de tabaco com o uso da tecnologia e a cooperação internacional.

De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), que faz parte da OMS, aproximadamente 10% do mercado mundial de cigarros é ilícito, mas esse número chega a ultrapassar 50% em alguns países. “Está claramente documentado que a indústria do tabaco está envolvida no comércio ilegal, embora diga que é vítima”, destacou Adriana.

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