Repórter Recife – PE – Brasil

Fuga de presos da Penitenciária Federal de Mossoró provoca crise no Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Fuga inédita de presos em penitenciária federal de Mossoró aponta para fragilidades do sistema prisional brasileiro

Na madrugada de quarta-feira (15), a Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, foi palco de uma fuga inédita. Dois detentos, Deibson Cabral Nascimento e Rogerio da Silva Mendonça, suspeitos de terem ligação com a facção criminosa Comando Vermelho (CV) no Acre, conseguiram escapar do presídio de segurança máxima, tornando-se os primeiros fugitivos da história desse tipo de estabelecimento no sistema prisional federal.

As autoridades federais e estaduais reforçaram as redes de segurança e mobilizaram esforços para encontrar os fugitivos. Mas até o início da tarde desta quinta-feira, os detentos ainda estavam foragidos, e muitas dúvidas pairavam sobre como a dupla conseguiu escapar da prisão.

A falta de informações oficiais sobre a fuga gerou muitas especulações sobre como os presos conseguiram burlar a segurança do presídio de Mossoró. Diante da gravidade do caso, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandoswski, que assumiu o cargo há menos de um mês, determinou o afastamento da direção da penitenciária e nomeou um interventor para o posto, que teve o nome mantido em sigilo por questões de segurança.

Além disso, o governo federal solicitou à Polícia Federal a inserção dos nomes dos fugitivos no Sistema de Difusão Laranja da Interpol e no Sistema de Proteção de Fronteiras, a fim de que os foragidos sejam procurados pela polícia internacional. Mais de 100 agentes estão envolvidos nas buscas pelos detentos.

Como medida emergencial, o Ministério da Justiça e Segurança Pública aumentou o nível de segurança das penitenciárias federais, proibindo banhos de sol, visitas de familiares e advogados, além de suspender atividades educacionais, religiosas e laborais. Apenas atendimentos emergenciais de saúde são permitidos nas unidades.

A fuga dos presos Deibson Cabral Nascimento e Rogerio da Silva Mendonça gerou grande preocupação, sobretudo devido às ligação deles com a facção criminosa Comando Vermelho e suas extensas fichas criminais. O grupo domina as operações criminosas no Acre, onde a dupla estava presa até setembro do ano passado. Deibson, inclusive, possui registros que vão desde tráfico de drogas até latrocínio, além de ter se envolvido em uma rebelião em uma cadeia no Acre.

A fuga dos detentos expôs fragilidades do sistema prisional brasileiro e trouxe à tona a urgência de revisão dos protocolos de segurança em penitenciárias federais. Diante disso, o governo federal se vê diante da necessidade de agir rapidamente para garantir a recaptura dos fugitivos e promover melhorias estruturais nos presídios de segurança máxima.

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