Governo de Cuba promove reajuste salarial para trabalhadores da saúde em 2024, beneficiando mais de 400 mil profissionais.

Médicos, enfermeiros e técnicos da saúde em Cuba passam por uma série de incentivos e ajustes salariais promovidos pelo governo desde fevereiro. A medida já contemplou mais de 400 mil profissionais da área, buscando combater a fuga de especialistas para o exterior e fornecer melhores condições de vida aos trabalhadores do setor.

Um desses beneficiados é Alexey López, um cardiologista de 59 anos que atua em um dos principais hospitais de Havana. Ele relata que os ajustes salariais o fizeram dormir “um pouco mais tranquilo” desde que foram implementados no início de 2024. Segundo os novos valores, a renda mensal do cardiologista passou de 6,5 mil pesos cubanos para 17 mil pesos, refletindo um acréscimo significativo em seus ganhos.

Os incentivos incluem pagamento extra por plantões noturnos e de finais de semana, além de contemplar profissionais que atuam em serviços especializados ou de risco, bem como aqueles que assumem maiores cargas de trabalho devido à escassez de funcionários. No entanto, alguns trabalhadores, como a fisioterapeuta Amanda, consideram que os aumentos salariais ainda são insuficientes para suprir o alto custo de vida em meio a uma escalada inflacionária.

Apesar dos ajustes, profissionais da saúde como López ainda enfrentam desafios em relação à falta de insumos e materiais de trabalho, o que, em muitos casos, os leva a comprar seus próprios equipamentos. Além disso, a fuga de profissionais da área para o exterior é uma preocupação constante, sendo que os incentivos ainda não são capazes de estimular o retorno dos que emigraram.

Em contrapartida, o vice-ministro da Saúde, Luís Fernando Navarro, destaca que os ajustes salariais visam melhorar de forma abrangente as condições de vida dos trabalhadores da saúde. Ele reconhece que talvez os aumentos ainda não sejam suficientes para suprir o atual custo de vida em Cuba, mas ressalta que o governo tem feito um esforço para destinar 26% dos gastos públicos à saúde em 2024.

Essa medida é parte de um cenário mais amplo de rígidas medidas econômicas que estão sendo implementadas em Cuba, cujo objetivo é proporcionar alívio aos médicos e professores, considerados os dois “pilares” da Revolução Cubana. No entanto, as fragilidades estruturais internas da economia cubana, juntamente com o aumento do custo de insumos no mercado internacional, têm gerado condições de grande tensão no sistema de saúde, de acordo com o vice-ministro.

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