Após um encontro com o presidente do Egito, Abdel Fattah Al-Sisi, Lula ressaltou a importância das relações entre Brasil e Egito e propôs uma série de iniciativas de cooperação: “A nossa relação tem que ser muito forte, muito grande, e envolver todas as atividades possíveis, da agricultura à defesa, da economia à ciência e tecnologia, da nossa relação conjunta para tentar democratizar o funcionamento das Nações Unidas, no campo da educação, no campo da cultura”, afirmou o presidente.
Além disso, o presidente destacou a parceria estratégica que o Brasil mantém com Angola e África do Sul, ressaltando a importância do relacionamento bilateral aprofundado e de longo prazo.
O Egito se tornou membro do Brics recentemente, um bloco que integra economias emergentes como Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Argentina e Irã. O país africano também participará do G20 a convite do governo brasileiro.
Outro tema discutido foi a expectativa de aumento do comércio entre os dois países, especialmente após a abertura do mercado egípcio para produtos brasileiros em 2023. O Brasil já exporta produtos como peixes e derivados, carne de aves, algodão, bananas, gelatina e colágeno para o Egito, e negocia a habilitação de novos abatedouros e frigoríficos para exportação de carne bovina.
Em relação à ciência e tecnologia, foi assinado um memorando que reforça parcerias, cooperações e pesquisas entre os dois países. O memorando visa elevar a cooperação bilateral na área e incentivar a colaboração entre empresas, universidades e institutos de pesquisa, incluindo projetos conjuntos de pesquisa, desenvolvimento e inovação, intercâmbios de pessoal e seminários.
Outro marco das relações Brasil-Egito é a assinatura de um protocolo para exportação de carnes e produtos cárneos do Brasil para o Egito. Este protocolo cria uma equivalência dos sistemas de inspeção de carnes, refletindo o alto grau de confiança no controle sanitário brasileiro. Antes desse acordo, a renovação da habilitação de estabelecimentos brasileiros para exportação exigia auditorias presenciais por parte das autoridades egípcias, implicando altos custos para os exportadores e sobrecarregando os auditores. Agora, as empresas certificadas pelo Brasil serão automaticamente reconhecidas pelo Egito, que tem o direito de visitar os estabelecimentos sempre que julgar pertinente para verificar o cumprimento dos requisitos.
Com a celebração dos 100 anos das relações diplomáticas entre Brasil e Egito, o Brasil busca estreitar ainda mais os laços comerciais e de cooperação com o país africano, visando a promoção do desenvolvimento econômico e social como pilares para a paz e segurança. A expectativa do governo brasileiro é de que esses acordos ampliem e fortaleçam a parceria entre os dois países nos próximos anos.