Tratamento experimental com nanocristais de ouro reverte déficits de energia no cérebro em pacientes com esclerose múltipla e Parkinson

Um tratamento experimental baseado em nanocristais de ouro está mostrando resultados promissores na reversão de déficits relacionados à atividade energética no cérebro de pacientes com esclerose múltipla e doença de Parkinson. O tratamento, que consiste na administração diária do nanocristais, foi objeto de um estudo clínico de fase dois conduzido pela UT Southwestern Medical Center e os resultados são animadores, abrindo novas perspectivas no combate a doenças neurodegenerativas.

Os pesquisadores constataram que o tratamento teve um impacto positivo tanto nos pacientes com esclerose múltipla quanto nos que possuem doença de Parkinson. Os resultados do estudo foram recentemente publicados no Journal of Nanobiotechnology e apontam para a possibilidade de estender essa terapia a outras doenças neurodegenerativas.

O médico Peter Sguigna, que liderou o ensaio ativo de esclerose múltipla na UT Southwestern, expressou certo otimismo com os resultados obtidos. Ele ressaltou que a estratégia, caso confirmada em estudos adicionais, tem a capacidade de prevenir ou reverter deficiências neurológicas.

A energia é fundamental para o funcionamento saudável do cérebro, já que as células dependem de um contínuo suprimento de energia para operarem de forma adequada. Porém, o metabolismo energético cerebral pode ser afetado tanto pela idade, que causa um declínio nessa atividade, quanto por doenças neurodegenerativas, tais como esclerose múltipla, Parkinson e esclerose lateral amiotrófica (ELA).

Os nanocristais de ouro atuam como catalisadores que melhoram a relação NAD+/NADH, promovendo um equilíbrio energético das células cerebrais. No estudo, os pesquisadores verificaram um aumento médio de 10,4% na proporção NAD+/NADH nos pacientes submetidos ao tratamento, o que demonstra que a terapia atingiu o objetivo de impactar positivamente o cérebro.

Além disso, os pacientes com Parkinson relataram melhorias nas “experiências motoras da vida diária”, sugerindo que o tratamento experimental também pode ter um efeito positivo nos sintomas funcionais das doenças.

O aparecimento de possíveis efeitos colaterais, no entanto, exige que sejam realizados novos estudos para confirmar a segurança e a eficácia do tratamento, conforme destacado pelos pesquisadores. Ainda assim, o resultado é positivo e traz esperanças para o desenvolvimento de novas terapias que possam impactar positivamente a qualidade de vida de pacientes com doenças neurodegenerativas.

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