ONGs ameaçam retomar protestos devido ao descumprimento do governo do Panamá no fechamento de mina a céu aberto.

Nove ONGs panamenhas denunciaram, na última sexta-feira, graves descumprimentos por parte do governo do Panamá, no que diz respeito ao fechamento da maior mina a céu aberto da América Central. Acompanhadas desta denúncia, as organizações ameaçaram retomar os protestos que paralisaram parcialmente o país no final de 2023.

Segundo as organizações, houve ausência alarmante das auditorias necessárias no processo de fechamento da mina, assim como a falta de ordens para a estabilização do local, o que coloca em risco o meio ambiente tropical da região. A mina pertencente à companhia canadense First Quantum Minerals, que se localiza na costa do Caribe, produzia cerca de 300.000 toneladas de concentrado de cobre por ano.

Após mais de um mês de protestos, a Suprema Corte panamenha declarou inconstitucional o contrato de concessão em 28 de novembro. Esse episódio resultou no encerramento das operações da mina. “Não descartamos voltar às ruas se necessário”, afirmou Guido Berguido, da associação Adopta Bosque Panamá, fazendo alusão às manifestações que influenciaram a decisão judicial.

O representantes das ONGs ainda destacaram o risco de colapso da mina, destacando o perigo para comunidades inteiras que vivem rio abaixo. Ricardo Wong, da ONG Promar e presidente da filial panamenha da União Internacional para a Conservação da Natureza, alertou para a expectativa de 3.500 milímetros de chuva na região.

Após o fechamento, a mina demitiu a maior parte de seus 7.000 funcionários, restando apenas um pequeno grupo de trabalhadores para as tarefas de manutenção. A mina representava 75% das exportações panamenhas e 5% do PIB do país, no entanto, as ONGs ressaltam que ela causava danos ao meio ambiente. Segundo eles, o “Panamá vale mais sem mineração”.

Diante deste cenário, as ONGs pressionam o governo do Panamá por decisões concretas que protejam o meio ambiente tropical da região. A situação continua delicada e a comunidade internacional aguarda novos desdobramentos sobre esse importante caso ambiental.

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