Processo Administrativo Contra Empresas Que Vendem Produtos Em Formato de Órgãos Genitais é Arquivado pela Senacon.

A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), órgão vinculado ao Ministério da Justiça, tomou a decisão de arquivar um processo administrativo que envolvia quatro empresas responsáveis pela venda de produtos, incluindo alimentos, com formatos de órgãos genitais. A decisão foi assinada pelo diretor do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor da Senacon, Vitor Hugo do Amaral, e foi publicada no Diário Oficial da União da última sexta-feira (16), revogando uma medida cautelar emitida em junho de 2022.

O processo foi instaurado com o objetivo de proteger crianças da exposição a imagens de produtos alimentícios com formato de órgãos genitais, considerando a natureza inadequada deste tipo de comercialização. Entretanto, a Secretaria optou por reavaliar o caso e concluiu que proibir as marcas de divulgarem imagens e mensagens com conotação sexual estaria desconsiderando a proteção da liberdade de expressão, além de negligenciar a responsabilidade dos pais e a atuação das autoridades locais previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), como o Conselho Tutelar e o Juiz da Infância e Juventude.

As empresas atuam nas cidades de Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Maringá e Paranavaí, e vendem crepes, churros e outros produtos em formatos de órgãos genitais. Até o momento, não foi possível contato com representantes das empresas para comentar a decisão.

Este caso chamou atenção publicamente em junho de 2022 quando a Senacon emitiu uma determinação cautelar para que os estabelecimentos suspendessem a venda dos produtos a menores de 18 anos, recolhessem letreiros e placas com imagens explicitas, e afixassem cartazes informando sobre as restrições. No entanto, uma das empresas não seguiu as recomendações e chegou a iniciar uma campanha nas redes sociais alegando ser alvo de censura no Brasil. Posteriormente, a empresa anunciou a suspensão temporária de suas atividades em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro.

Com a decisão da Senacon, o caso parece ter chegado ao fim, sem maiores consequências para as empresas envolvidas. A medida revela uma mudança de entendimento por parte do órgão do governo em relação aos limites entre a liberdade de expressão e a proteção de crianças e adolescentes em casos semelhantes no futuro.

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