Diante dessas acusações, o governador determinou a abertura de sindicância para apurar o episódio e ouvir imediatamente as testemunhas, com a máxima celeridade possível. O deputado estadual Matheus Gomes compartilhou em suas redes sociais um vídeo que mostra o momento da detenção do homem negro, que ocorreu no bairro Rio Branco, localizado a cerca de três quilômetros do Palácio Piratini, sede do governo do Rio Grande do Sul.
Após o ocorrido, a Brigada Militar ainda não se pronunciou sobre o episódio. No entanto, é importante ressaltar que, recentemente, os alunos-oficiais da Brigada Militar participaram de uma palestra com o tema “Racismo Estrutural e a Importância do Letramento Racial para as Instituições de Segurança Pública”.
O caso repercutiu fortemente, especialmente entre ativistas contra o racismo. A jornalista Jeanice Dias Ramos, do Núcleo de Jornalistas Afro-brasileiros do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul, avaliou o episódio como truculento e apontou que, caso a vítima fosse branca, o desfecho teria sido completamente diferente. Segundo ela, a Brigada Militar age de forma acusatória contra as pessoas negras e existe uma política interna que torna o negro réu, tornando atos como esse recorrentes.
Essa atitude por parte das autoridades gera um sentimento de insegurança e discriminação entre a população negra, que se vê constantemente orientada a andar na rua com documentos para provar que são “gente de bem” diante da Brigada Militar. Diante disso, a abertura da sindicância é uma medida importante para apurar os fatos e buscar justiça para a vítima desse episódio, levando em consideração a gravidade das acusações de racismo e abuso de autoridade.
Por fim, é fundamental aguardar os desdobramentos dessa investigação para que sejam esclarecidos os fatos e, se for o caso, que sejam tomadas as medidas cabíveis para prevenir casos semelhantes no futuro.
