Lula quer mudanças na ONU e no sistema financeiro internacional e planeja levar propostas à Cúpula do G20 no Rio de Janeiro

O presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, está buscando aproveitar a realização da Cúpula do G20, marcada para novembro no Rio de Janeiro, para promover discussões sobre possíveis mudanças na Organização das Nações Unidas (ONU) e no funcionamento de instituições financeiras internacionais. Durante sua visita à Etiópia, Lula defendeu a necessidade de encontrar soluções para as dívidas contraídas pelos países pobres, destacando que há uma crise na governança global.

O presidente participou como convidado da 37ª Cúpula da União Africana, que reuniu líderes políticos de 54 países africanos. Durante o evento, os participantes discutiram propostas para uma reforma no sistema financeiro internacional.

Lula fez críticas diretas ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao Banco Mundial, questionando se essas instituições estão de fato contribuindo para o financiamento do desenvolvimento dos países pobres ou se estão apenas contribuindo para o sufocamento dessas nações. Ele sugeriu a possibilidade de converter dívidas impagáveis em ativos de desenvolvimento, como investimento em infraestrutura, energia e educação.

Além disso, o presidente brasileiro questionou a serventia das agências de avaliação da credibilidade dos países e pediu por uma maior fiscalização sobre essas entidades.

Lula também levantou questões sobre a atuação da ONU e a necessidade de reformas na instituição, defendendo que a organização não tem sido capaz de cumprir os objetivos estabelecidos em 1945. Ele criticou a falta de ação da ONU diante do conflito na Faixa de Gaza, classificando a ofensiva israelense na região como “genocídio” e “chacina”.

O Rio de Janeiro está se preparando para sediar a Cúpula do G20 em novembro, que reunirá as 19 maiores economias do mundo, além da União Europeia e, pela primeira vez, a União Africana. A expectativa é de que o evento seja um momento chave para abordar questões globais relacionadas à economia, cooperação internacional, e reforma de instituições financeiras.

Com o Brasil assumindo a presidência rotativa do G20 a partir de dezembro de 2023, o país terá a oportunidade de promover discussões e avanços significativos nessas áreas. Lula enfatizou a importância de discutir ativamente esses temas durante a Cúpula, ressaltando a necessidade de uma representação mais robusta na ONU e o fim do direito de veto por membros permanentes do Conselho de Segurança.

Essas declarações do presidente Lula refletem a busca por reformas urgentes e a defesa da representação de países em desenvolvimento em organismos internacionais, visando a um sistema mais justo e equitativo para todos os países envolvidos.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo