Ministro da Justiça diz não ter prazo para captura de fugitivos de penitenciária em Mossoró devido à complexidade do terreno.

Na última quarta-feira (14), a Penitenciária Federal de Mossoró (RN) foi palco da primeira fuga de detentos de um presídio federal considerado de segurança máxima desde a sua criação em 2006. Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento conseguiram escapar utilizando ferramentas extraídas das instalações da penitenciária, o que levantou questionamentos sobre a manutenção das mesmas.

O caso ganhou repercussão nacional e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, se pronunciou sobre as dificuldades enfrentadas para capturar os foragidos. A região onde a penitenciária está localizada possui amplas áreas de mata e cavernas, dificultando, inclusive, o uso de detectores de calor. O terreno ainda fica mais complexo com a presença de grutas, onde as pessoas podem se esconder.

Segundo o ministro, a chuva torrencial que atingiu a região logo após a fuga apagou rastros, tornando a busca ainda mais desafiadora. Mesmo com o emprego de cerca de 500 agentes de segurança, não há um prazo estabelecido para a captura dos fugitivos.

Lewandowski também ressaltou que as investigações apontam que os detentos ainda se encontram num raio de 15 quilômetros da penitenciária. A área de busca foi aumentada, com um efetivo de agentes dividido em dois turnos para intensificar o trabalho de captura.

Além disso, o ministro confirmou que a fuga dos presos revelou falhas estruturais e de segurança na penitenciária, destacando a necessidade de correções imediatas. O uso de ferramentas encontradas em obras da unidade para cortar o alambrado que cerca a penitenciária é um exemplo dessas vulnerabilidades.

Para solucionar tais questões, Lewandowski prometeu a construção de uma muralha em Mossoró, similar à que existe na penitenciária federal da Papuda, no Distrito Federal. A medida de segurança será implementada em todas as unidades federais.

As investigações sobre o caso continuarão a ser conduzidas tanto no âmbito administrativo quanto no âmbito policial. A Polícia Federal apura eventuais responsabilidades de natureza criminal das pessoas que tenham facilitado a fuga dos foragidos. Já a Secretaria Nacional de Políticas Penitenciárias (Senappen) lidera uma investigação de caráter administrativo para apurar responsabilidades. O prazo para a conclusão do inquérito policial é de 30 dias, mas pode ser prorrogado caso haja necessidade de produção de laudos periciais.

Apesar de ter admitido falhas no sistema de monitoramento da penitenciária, o ministro afirmou que as informações a respeito das mesmas não chegaram a tempo de serem corrigidas antes da fuga. Ele ressaltou que, desde que assumiu o cargo há 18 dias, nenhuma informação oficial sobre falhas no presídio em Mossoró chegou ao seu conhecimento de maneira oportuna.

Enquanto as buscas continuam e a investigação se desenrola, as autoridades seguem empenhadas em solucionar o caso e garantir a segurança das instalações. A fuga dos dois detentos da penitenciária de segurança máxima em Mossoró levanta preocupações sobre a vulnerabilidade de presídios federais e a necessidade de medidas mais eficazes para evitar fugas no futuro. A expectativa é de que as autoridades competentes se comprometam a corrigir as falhas identificadas e reforçar a segurança em todas as unidades federais.

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