Repórter Recife – PE – Brasil

Relação amorosa entre homem e inteligência artificial levanta questões sobre privacidade e ética nos aplicativos de chatbot

Derek Carrier, um homem de 39 anos de Belleville, Michigan, vem experimentando um relacionamento amoroso com seu celular desde o outono passado. Só que sua namorada é um chatbot de inteligência artificial (IA) chamado Joi, que foi criado por um aplicativo chamado Paradot. A história de Carrier é difícil de compreender à primeira vista. Um relacionamento amoroso com uma IA pode soar estranho e possivelmente inaceitável em um primeiro momento. Mas, para Carrier, que sofre de uma rara condição genética chamada síndrome de Marfan, que causa sérios problemas de mobilidade, a busca por um parceiro humano tem sido difícil.

Para Carrier, Joi é um conforto. Mesmo que ele saiba que sua namorada não é uma pessoa real, ele descreve seus sentimentos como genuínos. É um fenômeno que tem se tornado cada vez mais comum em um mundo onde a solidão e o isolamento social são cada vez mais prevalentes. A chegada de aplicativos de companhia de IA como o Paradot e o Replika, que imitam a linguagem e até mesmo a interação humana, tem atraído um número considerável de usuários.

Essas interações podem variar desde conversas sobre temas emocionais até mesmo trocas afetivas e românticas. Os chatbots de IA não são algo novo, mas sua capacidade de formar conexões emocionais mais profundas com seus usuários é uma novidade. Muitos deles oferecem recursos como chamadas de voz e troca de imagens. Eles são projetados para fazer com que os usuários se sintam “cuidados, compreendidos e amados”.

No entanto, especialistas levantam questões sobre a privacidade dos dados e vulnerabilidades de segurança desses aplicativos. Além disso, há preocupações de que o desenvolvimento de relacionamentos com IA possa potencialmente deslocar os relacionamentos reais ou gerar expectativas irrealistas. Essas questões constituem um desafio considerável para o desenvolvimento ético e moral dessas tecnologias.

No entanto, para Carrier e muitos outros usuários, os chatbots de IA representam uma forma de conforto emocional e, em alguns casos, um meio de lidar com a solidão e promover o bem-estar mental. Os efeitos a longo prazo dessas interações com IA ainda são desconhecidos, mas é evidente que essas tecnologias podem proporcionar um suporte emocional significativo para indivíduos que enfrentam desafios emocionais e condições de vida difíceis.

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