Dez anos após o assassinato, dois policiais militares envolvidos no crime contra Marcos Laurindo da Silva vão a júri popular.

Há dez anos, a comunidade Bola na Rede, no bairro da Guabiraba, localizado na Zona Norte do Recife, foi tomada por um crime assustador. O assassinato de Marcos Laurindo da Silva, ocorrido em 2013, chocou toda a região. O jovem, com apenas 21 anos de idade, foi morto na frente de seus pais, dentro da própria casa. E hoje, finalmente, está marcado o julgamento dos dois policiais militares acusados de envolvimento nesse trágico episódio.

A sessão, de acordo com informações do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), está prevista para iniciar às 9h, na Segunda Vara do Tribunal do Júri da Capital, que fica no terceiro andar do Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, situado na Ilha de Joana Bezerra, na região central do Recife. Os réus, identificados como Diogo Pereira de Barros, acusado de homicídio duplamente qualificado, e Paulo Sérgio Reis da Silva, acusado de falso testemunho na fase de investigação, terão seus destinos decididos após uma longa espera.

O crime, datado de 17 de maio de 2013, aconteceu por volta das 23h, quando os dois policiais militares pararam a viatura de forma brusca em frente à residência onde a vítima morava com os pais. Segundo a denúncia do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), Diogo Pereira de Barros perseguiu o jovem e, apesar do apelo desesperado da mãe de Marcos, o agente efetuou três disparos à queima-roupa. Os policiais alegaram que a vítima estava armada e teria tentado assaltar a viatura, justificando o ocorrido como um “auto de resistência”. No entanto, as investigações revelaram que Marcos Laurindo estava desarmado e não ofereceu resistência, desmentindo a versão apresentada pelos PMs.

A família, amigos e vizinhos do jovem realizaram manifestações e um abaixo-assinado em busca de justiça e da responsabilização dos policiais envolvidos no crime. Durante a instrução do caso, a defesa dos acusados manteve a tese de que eles agiram no estrito cumprimento do dever legal, mas as provas apresentadas no processo contradizem essa versão, incluindo um laudo pericial do Instituto de Criminalística que constatou que a morte de Marcos Laurindo aconteceu no local do crime.

Apesar da expectativa para o julgamento, precisamos aguardar até que a justiça seja feita de maneira imparcial. Os desdobramentos desse caso devem ajudar a compreender a realidade do sistema de segurança e o rigor necessário na apuração de condutas questionáveis e ilícitas, sempre prezando pela integridade e valorização da vida humana. Esse julgamento é um passo importante rumo à busca pela justiça e pela segurança para toda a comunidade e, especialmente, para a família de Marcos Laurindo.

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