Sua restauradora pessoal, Eleonora Pucci, sobe em um andaime e a observa de perto, um ritual necessário para conservar essa joia do Renascimento, admirada no ano passado por mais de 2 milhões de visitantes. “A limpeza de David é uma forma de respeito, de dignidade, que queremos dar a cada obra de arte”, declarou a diretora do museu, Cecilie Hollberg.
O trabalho delicado de limpeza envolve a subida de Eleonora Pucci em um andaime, usando um capacete para proteção, a fim de registrar com fotos o estado de saúde de David. Depois, com um aspirador preso às costas, ela começa a remover o pó do colosso de mármore. Com movimentos cuidadosos, passa uma escova sintética de cerdas macias sobre o braço esquerdo de David. Eleonora se concentra na coxa esquerda da estátua e em seguida nas costas, onde seu pincel delicado acompanha as marcas dos músculos esculturais de Michelangelo.
“É um trabalho muito delicado, que requer concentração e uma inspeção minuciosa, centímetro a centímetro, para controlar o estado de conservação da obra, que é muito bom”, descreveu Cecilie Hollberg. O acúmulo de pó pode afetar o brilho do mármore e torná-lo mais opaco. As partes lisas são mais fáceis de limpar, mas os filtros extremamente avançados do sistema de climatização do museu reduziram as partículas que flutuam no ar, e sensores ajudam a controlar os níveis de temperatura e umidade, explicou a diretora.
Portanto, a operação de limpeza da estátua de David de Michelangelo é realizada com muito cuidado e atenção para garantir a preservação dessa obra-prima do Renascimento. Essas sessões de limpeza são fundamentais para manter o brilho e a beleza desse ícone da arte, que continua a atrair milhões de visitantes todos os anos. A Galeria da Academia de Belas-Artes de Florença investe em tecnologias avançadas para garantir a conservação dessa e de outras obras valiosas em sua coleção.
