Ex-presidente hondurenho se declara “inocente” e vítima de vingança antes de enfrentar julgamento por narcotráfico nos EUA.

O ex-presidente hondurenho, Juan Orlando Hernández, atualmente extraditado e preso em Nova York, enviou uma carta pública nesta segunda-feira (19) reafirmando sua inocência e atribuindo as acusações de narcotráfico contra ele como sendo resultado de uma vingança e conspiração.

As palavras de Hernández foram publicadas na rede X por sua esposa, Ana García. O ex-chefe de Estado, que governou Honduras entre 2014 e 2022, afirmou ser vítima de vingança promovida pelo crime organizado e inimigos políticos. A carta antecedeu seu julgamento em Nova York por suposto envolvimento em uma rede criminosa que enviou mais de 500 toneladas de cocaína aos Estados Unidos entre 2004 e 2022.

De acordo com as acusações, Hernández é suspeito de proteger as atividades do narcotráfico, tendo recebido milhões de dólares de cartéis de drogas, incluindo o de Joaquín “Chapo” Guzmán, traficante mexicano atualmente cumprindo pena perpétua nos Estados Unidos.

O ex-presidente classificou as acusações como injustas e cheias de mentiras, afirmando que foram construídas com base em testemunhos de narcotraficantes confessos que negociaram com a Promotoria do Distrito Sul de Nova York para obter redução de penas. Além disso, ressaltou a luta de seu governo contra o crime organizado e a violência em Honduras, mencionando leis aprovadas durante seu mandato.

Embora seus advogados em Honduras tenham sugerido a possibilidade de negociação com a Promotoria para redução da pena, Hernández declarou que lutará pela verdade até as últimas consequências. O ex-presidente enfrenta três acusações, incluindo narcotráfico, tráfico e posse de armas, pelas quais, se considerado culpado, pode ser condenado à prisão perpétua mais 30 anos.

O julgamento de Hernández inicia nesta terça-feira e é classificado como um evento pouco comum, por ter um ex-presidente sentado no banco dos réus em outro país para responder por acusações de narcotráfico. A expectativa é de que o processo gere grande repercussão e atenção internacional.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo