Inflação pesou mais no bolso das famílias de baixa renda do que nas famílias de rendas média e alta, indica Ipea

De acordo com o relatório divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) nesta segunda-feira (19), o impacto da inflação foi maior nas famílias de baixa renda em comparação com as famílias de rendas média e alta. O Indicador de Inflação por Faixa de Renda mostrou que, em janeiro, a inflação para famílias de renda muito baixa (com renda mensal domiciliar de até R$ 2.105,99) foi de 0,66%, enquanto a inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foi de 0,42%. Os grupos familiares de renda baixa (entre R$ 2.105,99 e R$ 3.158,99) e média-baixa (de R$ 3.158,99 e R$ 5.264,99) também tiveram uma inflação maior que a média, com 0,59% e 0,49%, respectivamente.

Por outro lado, as famílias de renda média, média-alta e alta sentiram um impacto menor, com a inflação variando entre 0,37% e 0,04%. O relatório apontou que o aumento nos preços dos alimentos foi o principal fator que contribuiu para o maior custo de vida das famílias mais pobres. A pesquisadora do Ipea, Maria Andreia Parente Lameiras, explicou que a parcela do orçamento destinada à compra de alimentos é maior para as famílias mais pobres em comparação com as famílias de renda mais alta.

Os alimentos e bebidas foram os principais responsáveis pela inflação das famílias de renda muito baixa em janeiro. No mês, os preços dos cereais, tubérculos, frutas e óleos e gorduras tiveram aumentos significativos. Enquanto isso, as famílias de renda alta se beneficiaram da queda nos preços das passagens aéreas e das tarifas de transporte por aplicativo.

No acumulado dos últimos 12 meses, as famílias de renda média, média-alta e alta sentiram uma inflação maior que a média nacional, enquanto as famílias de renda muito baixa, baixa e média-baixa tiveram um peso menor no orçamento. As maiores pressões inflacionárias nos últimos doze meses foram nos grupos de transportes, saúde e cuidados pessoais e habitação, impactados por reajustes nos preços das passagens aéreas, gasolina, produtos farmacêuticos, artigos de higiene, planos de saúde e energia elétrica.

Os resultados indicam uma disparidade no impacto da inflação entre as famílias de diferentes faixas de renda, o que pode refletir desigualdades econômicas e sociais no país. O relatório do Ipea destaca a importância de políticas públicas voltadas para a redução das diferenças no custo de vida das famílias de baixa renda em relação às famílias mais abastadas.

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