A repatriação dessas crianças, algumas delas portadoras de doenças crônicas e necessitando de tratamento médico específico, é uma medida que visa amenizar os efeitos do conflito entre a Ucrânia e a Rússia. A ministra de Estado da Cooperação Internacional do Catar, Lolwah al Khater, expressou seu compromisso em continuar mediando entre as partes envolvidas, buscando uma possível desescalada do conflito.
Até o momento, 59 crianças já foram repatriadas por meio deste mecanismo de mediação. A Ucrânia acusa a Rússia de ter “deportado” milhares de crianças para seu território, vindo de regiões que a Rússia ocupa dentro da antiga república soviética. Por outro lado, a Rússia argumenta que transferiu essas crianças para protegê-las dos combates e está disposta a devolvê-las às suas famílias na Ucrânia caso haja o pedido.
Esta situação gerou controvérsia e levou o Tribunal Penal Internacional (TPI) a emitir um mandado de prisão em março contra o presidente russo, Vladimir Putin, e a comissária russa para a infância, Maria Lvova-Belova, por supostamente “deportação ilegal” de menores. No entanto, a Rússia, que não é membro do TPI, desconsidera essa iniciativa.
Um dos casos mais comoventes entre as crianças que serão repatriadas é o de Adelia, uma menina de 13 anos que retornará à casa de seu familiar após perder a mãe durante os combates em Mikhailovka, região perto de Melitopol, no sudeste da Ucrânia, sob ocupação das forças russas.
A ação do Catar para a transferência dessas crianças traz esperança de amenização do impacto do conflito e busca proporcionar uma perspectiva mais segura e estável para essas famílias em meio a um contexto de tensões e desentendimentos entre Ucrânia e Rússia. A situação continuará sendo acompanhada de perto, de modo a promover a resolução pacífica dos problemas enfrentados pelas crianças envolvidas.