Apenas o Reino Unido se absteve de votar, enquanto os Estados Unidos foram taxativos em sua posição contrária à proposta. Segundo a embaixadora dos EUA, Linda Thomas-Greenfield, a resolução proposta pela Argélia poderia prejudicar as negociações em andamento e não contribuiria para “trazer sossego” à região. Ela argumentou que o pedido de cessar-fogo incondicional, sem exigir a libertação dos reféns pelo grupo Hamas, poderia aumentar os combates entre Israel e o Hamas e prolongar a crise humanitária vivida pelos palestinos em Gaza.
A embaixadora defendeu a proposta alternativa dos Estados Unidos, que condiciona um cessar-fogo temporário à libertação dos reféns. Ela afirmou que este acordo criará condições para um cessar-fogo duradouro e que os EUA têm trabalhado em conjunto com o Egito e o Catar para obter um acordo “sustentável”. Ela destacou que a resolução alternativa dos EUA será a primeira a condenar o Hamas pelos ataques de 7 de outubro, incluindo a violência sexual documentada neste dia. Thomas-Greenfield ainda deixou claro que o Hamas não tem lugar na governança futura de Gaza, rejeitando qualquer forma de deslocamento forçado dos civis na região.
A decisão dos Estados Unidos de vetar a resolução proposta pela Argélia causou polêmica e contrariedade entre os membros do Conselho de Segurança da ONU, evidenciando a disputa diplomática e as divergências de opiniões em relação ao conflito na Faixa de Gaza. Enquanto a embaixadora norte-americana defende a necessidade de condicionar o cessar-fogo à libertação dos reféns, outros países e organizações internacionais têm se manifestado a favor de uma pausa nos combates para permitir a ajuda humanitária à população afetada pelo conflito.