Operação Verão na Baixada Santista registra 28 mortes e levanta preocupações de entidades de direitos humanos

No litoral paulista, a chamada Operação Verão na Baixada Santista resultou na morte de 28 pessoas desde o início de fevereiro. A Secretaria de Estado da Segurança Pública de São Paulo (SSP) informou que todas as mortes ocorreram em confronto com policiais. Durante as ações, 706 pessoas foram presas, sendo que 261 eram foragidas da Justiça.

Um dos mortos era líder de uma facção criminosa envolvida com tráfico internacional de drogas, lavagem de dinheiro, tribunal do crime e atentado contra agentes públicos, de acordo com a SSP. Na última segunda-feira, o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, anunciou nas redes sociais que policiais militares das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) mataram um homem que atirou contra os agentes na comunidade Caminho das Pedras, em Santos.

O secretário esteve na Baixada Santista ao lado do comando da pasta por 13 dias para acompanhar as operações em resposta ao assassinato de dois policiais em Santos. Segundo o Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial do Ministério Público de São Paulo, 86 pessoas foram mortas por policiais militares em serviço no estado este ano, sendo 47 mortes em municípios da Baixada Santista.

Esse número chamou a atenção de entidades de direitos humanos, como a Defensoria Pública de São Paulo, que enviou à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) pedido para que a entidade demande o fim da Operação Escudo no estado. A operação passou a ser chamada de Operação Verão pelo governo estadual. A organização pede também que seja demandada a obrigatoriedade do uso de câmeras corporais pelos agentes de segurança pública.

Durante o carnaval, uma comitiva formada pela Ouvidoria da Polícia de São Paulo, pela Defensoria Pública e por deputados estaduais esteve na região e colheu relatos de moradores de bairros da periferia que denunciaram a prática de execuções, tortura e abordagens violentas por policiais militares da Operação Escudo contra a população local e egressos do sistema prisional.

A SSP afirma que a operação é voltada ao combate à criminalidade e à garantia da segurança da população. Até o momento, não houve manifestação sobre as denúncias feitas pelas entidades de direitos humanos. Entretanto, a preocupação com o elevado número de mortes em ações policiais continua sendo um tema importante para ser acompanhado de perto.

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