Pacheco fez questão de mencionar a fala do presidente Lula, na qual ele comparou a ação de Israel com o Holocausto nazista. O presidente do Senado reafirmou o posicionamento da Casa pela libertação dos reféns e pela condenação dos ataques do Hamas, assim como as reações desproporcionais de Israel.
Durante seu pronunciamento, Pacheco ressaltou que, mesmo que os ataques de Israel sejam considerados indiscriminados e desproporcionais, não é válido estabelecer comparações com a perseguição sofrida pelo povo judeu durante o nazismo. Ele enfatizou que o Brasil é reconhecido mundialmente por sua diplomacia moderada, e que deve buscar contribuir para a pacificação do conflito de modo equilibrado.
O líder da oposição, senador Rogério Marinho, condenou a atitude do governo em relativizar conflitos ao redor do mundo. Ele citou questões em países como Venezuela, Rússia e Guatemala, e classificou a comparação feita por Lula como “infame”. O senador Carlos Viana, do Podemos, relatou cenas chocantes que presenciou durante uma visita a Israel, e pediu um voto de censura ao presidente Lula.
Por sua vez, o senador Omar Aziz pediu para que houvesse clareza ao diferenciar o governo israelense do povo de Israel, e questionou o significado de “30 mil inocentes mortos na região da Palestina”. Ele destacou que, apesar de não haver comparação com o nazismo, o presidente Lula nunca apoiou uma deputada nazista.
O senador Jaques Wagner, que é judeu e líder do governo, não considerou a fala de Pacheco como uma reprimenda a Lula. Ele defendeu a busca pela paz por parte do ex-presidente e condenou a ação do Hamas, mas também defendeu a convivência pacífica entre os estados de Israel e Palestina.
Wagner ressaltou a importância da fala de Lula em condenar o silêncio das nações diante do sofrimento causado pelo conflito, e expressou sua consternação pela morte de crianças e mulheres em meio aos confrontos na região. No entanto, o senador admitiu que a comparação com o holocausto provocou feridas profundas em muitos indivíduos.
O pronunciamento de Pacheco e as reações dos senadores revelam a sensibilidade e a complexidade do tema, apontando para a necessidade de se buscar uma solução equilibrada e justa para o conflito entre Israel e o Hamas na Palestina. O debate em torno do assunto promete ser acalorado e continuar em futuras discussões no Senado.