A detenção de San Miguel, bem como de sua filha, dois irmãos, parceiro e um associado, tem gerado estupor, medo e indignação no país. Em resposta às críticas, Saab destacou a gravidade de ter uma ONG como fachada para a realização de ações terroristas, e fez um paralelo com os Estados Unidos e a Espanha, questionando como tais países reagiriam diante dessa situação.
O procurador-geral alegou que seu escritório possui “elementos de convicção suficientes” para afirmar que San Miguel tinha pleno conhecimento de um movimento militar destinado a tomar quartéis no estado de Táchira e assassinar um conhecido militante chavista. Além disso, acusou a advogada de agir como espiã e de planejar ações contra o Estado venezuelano.
A ONG Controle Cidadão, dirigida por San Miguel, tem sido um instrumento importante para a interpretação da situação interna das Forças Armadas da Venezuela. O trabalho da advogada e de muitos jornalistas, apesar de amplamente respeitado, tem se tornado uma atividade cada vez mais arriscada ao longo dos anos.
Saab também afirmou que foram apreendidos com San Miguel mapas de instalações militares no país, assim como perfis de comandantes militares atuais, que teriam sido entregues a um embaixador europeu em Caracas. O procurador ainda criticou as vozes que denunciaram a existência de um desaparecimento forçado no caso de sua detenção, classificando tal acusação como “ofensa e zombaria”.
Os familiares de San Miguel foram autorizados a visitá-la no fim de semana, porém, o advogado de defesa da advogada, Joel García, alegou que ela permaneceu “vários dias incomunicável”. Em uma clara demonstração de confiança na inocência de San Miguel, ele ressaltou que a advogada está fortalecida apesar da injusta privação de liberdade.