Quatro dos 17 detentos que fugiram de penitenciária no Piauí são capturados, mas situação revela precariedade do sistema carcerário

Na manhã de hoje, quatro dos 17 detentos que haviam fugido da Penitenciária Dom Abel Alonso Nuñez, em Bom Jesus, no Piauí, foram encontrados. A fuga ocorreu na segunda-feira (19) e os presos se dispersaram pelo estado. Um deles percorreu mais de 220 quilômetros e foi localizado em Canto do Buriti. Outro foi detido em Cristino Castro, a apenas 37 quilômetros de distância da prisão, enquanto dois foram capturados em Currais, a cerca de 8 quilômetros.

Uma vistoria realizada em janeiro deste ano pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) na Penitenciária Dom Abel Alonso Nuñez constatou condições “péssimas” na unidade. Com capacidade para 76 presos, a prisão abrigava, na época, 185 detentos, sendo que 146 eram provisórios, ou seja, não tinham processo de condenação concluído. O relatório do CNJ destacou que os presos provisórios dividiam celas com os condenados e ressaltou a falta de estrutura para atividades internas, como trabalho e estudo.

Além disso, o relatório apontou que, até o mês passado, a penitenciária não havia registrado nenhuma fuga ou rebelião, o que indica um histórico de segurança na unidade.

Desde a ocorrência da fuga, a Secretaria da Justiça informou que todas as forças de segurança do estado estão empenhadas em recapturar os foragidos. A população foi orientada a comunicar as autoridades caso tenha informações sobre os detentos, podendo fazer denúncias anonimamente através de canais específicos.

Os telefones disponibilizados para contato são: Penitenciária de Bom Jesus – (89) 98133-7432; Polícia Militar de Bom Jesus – (89) 98137-9207; Diretoria de Administração Penitenciária – (86) 99488-8133; e Polícia Militar – 190.

As autoridades continuam em diligências para recapturar os outros detentos que fugiram e garantir a segurança na região. A situação evidencia a necessidade de melhorias no sistema prisional do Piauí, especialmente no que diz respeito à superlotação e à falta de estrutura para atividades internas nas penitenciárias.

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