Rússia prende cidadã com dupla nacionalidade, dos EUA e Rússia, por acusações de traição em favor da Ucrânia.

A principal agência de segurança da Rússia anunciou na terça-feira que prendeu uma mulher de dupla nacionalidade, russa e norte-americana, por supostamente praticar traição ao arrecadar fundos para a Ucrânia. A mulher, de 33 anos de idade e moradora de Los Angeles, foi acusada de levantar dinheiro para uma organização ucraniana que adquiria armas e outros equipamentos para os militares da Ucrânia.

O Serviço de Segurança Federal da Rússia (FSB) divulgou um comunicado afirmando que a mulher, identificada como Ksenia Karelina, foi presa na cidade de Yekaterinburg. O FSB alegou que Karelina enviou pouco mais de US$50 para a Razom for Ukraine, uma organização sediada em Nova York que fornece assistência ao país.

O FSB também divulgou um vídeo que mostrava a mulher, usando um chapéu branco que cobria os olhos, sendo algemada e escoltada por agentes mascarados. Segundo a agência de segurança, Karelina enfrenta possível condenação de até 20 anos de prisão caso seja considerada culpada.

A detenção da mulher de dupla cidadania ocorre em meio a uma série de casos envolvendo cidadãos dos EUA detidos na Rússia nos últimos anos. Estes incidentes levantaram especulações sobre a possibilidade de que o Kremlin considere esses cidadãos norte-americanos como ativos valiosos a serem utilizados em negociações envolvendo russos de alto perfil detidos nos Estados Unidos e em outros países ocidentais.

No mesmo dia em que a detenção de Karelina foi anunciada, um tribunal em Moscou rejeitou um apelo de Evan Gershkovich, um repórter do The Wall Street Journal, que foi preso na primavera passada sob acusações de espionagem. O tribunal decidiu que Gershkovich, junto com seu empregador e o governo dos EUA, deve permanecer sob custódia pelo menos até o final de março.

Os casos de traição estatal na Rússia têm aumentado constantemente desde a invasão em grande escala da Ucrânia em 2022. De acordo com a organização Perviy Otdel, cerca de 50 pessoas foram acusadas do crime no ano passado, incluindo críticos de alto perfil do Kremlin e um estudante acusado de fotografar formações militares russas em sua cidade.

Karelina, que também é identificada como estudante da Universidade de Maryland em Baltimore, recebeu a cidadania dos EUA em 2021. Os detalhes sobre sua prisão foram divulgados pela Perviy Otdel, que informou que a mulher foi presa no final de janeiro e acusada de traição em 7 de fevereiro.

Além disso, um tribunal em Yekaterinburg estava programado para ouvir um recurso da mulher recém-presa na terça-feira. A situação de Karelina evidencia as tensões políticas entre Rússia, Estados Unidos e Ucrânia, as quais têm afetado cidadãos com dupla cidadania e levantado preocupações sobre a segurança e os direitos humanos. A agência de segurança russa, no entanto, não forneceu maiores detalhes sobre o caso.

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