Humberto Costa relatou que a investigação aponta para uma articulação de alto nível político, envolvendo agentes públicos graduados, empresários e militares de alta patente em postos estratégicos, todos sob a coordenação direta do ex-presidente Bolsonaro. Segundo as informações levantadas pela Polícia Federal e pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro teria ajudado a redigir uma minuta de golpe e transferido dinheiro lícito e ilícito para os Estados Unidos à espera da consumação da derrocada da democracia brasileira.
Além disso, o senador ressaltou que as investigações também apontam para a participação do Partido Liberal (PL) no financiamento dos atos golpistas. Ele informou que fez um pedido de investigação ao Procurador-Geral da República, para que, se confirmada a participação do partido, ele deveria perder seu registro.
Diante da divulgação das investigações, Costa criticou a convocação feita pelo ex-presidente Bolsonaro para um ato em defesa do Estado democrático de direito, marcado para o próximo dia 25 na Avenida Paulista, em São Paulo. O senador classificou essa convocação como uma “tentativa de intimidação às instituições democráticas do país”.
Ele ainda destacou a postura contraditória de Bolsonaro, que anunciou que ficará em silêncio diante da polícia, mas ao mesmo tempo, convoca manifestação, financiada por um líder religioso, para seguir afrontando a Justiça e as instituições do Estado brasileiro.
Essas revelações feitas pelo senador Humberto Costa durante seu pronunciamento reacenderam o debate sobre a estabilidade democrática no Brasil. A acusação de tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, envolvendo altos escalões do governo, empresários e militares, levanta questionamentos sobre a segurança das instituições democráticas no país. A convocação de um ato em defesa do Estado democrático de direito por Bolsonaro evidencia as tensões políticas e a polarização que ainda persistem na sociedade brasileira.