Desmatamento na Amazônia cai 60% em janeiro, mas ainda equivale a mais de 250 campos de futebol por dia

O desmatamento na floresta amazônica caiu 60% em janeiro deste ano, conforme dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Esse foi o décimo mês consecutivo de redução na área desmatada, segundo informações do monitoramento por imagens de satélite realizado pelo instituto.

De acordo com o levantamento, a área derrubada no mês de janeiro de 2024 foi de 79 km², enquanto no mesmo período do ano anterior chegou a 198 km². Apesar da queda, o desmatamento ainda equivale a mais de 250 campos de futebol por dia e supera a destruição registrada nos anos de 2016, 2017 e 2018.

A pesquisadora do Imazon, Larissa Amorim, afirmou que o Brasil precisa reduzir a emissão de gases de efeito estufa, ampliar a fiscalização ambiental e criar áreas protegidas de floresta para alcançar a meta de desmatamento zero até 2030. Ela ressaltou ainda que, segundo a série histórica iniciada em 2008, os anos com maior derrubada foram janeiro de 2015, com 288 km², e janeiro de 2022, com 261 km².

O monitoramento também possibilitou identificar os estados que mais desmataram em janeiro. Roraima liderou o ranking, com 40% da área desmatada da Amazônia Legal. A pesquisadora explicou que o estado teve um regime de chuvas inverso aos demais da região, enfrentando um clima mais seco, o que facilitou a prática do desmatamento. No entanto, apesar de liderar a lista, Roraima teve uma redução na área desmatada em comparação ao ano anterior.

Segundo o levantamento da Imazon, seis estados da Amazônia Legal registraram queda na destruição da floresta, incluindo Mato Grosso, Pará, Rondônia, Amazonas e Maranhão. A Amazônia Legal abrange nove estados das regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste do país.

Outro dado que chamou a atenção é que seis das dez terras indígenas mais desmatadas em janeiro ficam em Roraima. Além disso, em relação às unidades de conservação, Pará e Amazonas são os estados que concentram o maior número entre as dez mais desmatadas no mês, sendo três em cada um.

Em resumo, a redução do desmatamento na floresta amazônica está sendo comemorada, mas ainda é necessário adotar medidas mais rigorosas para garantir a preservação do bioma. O monitoramento por imagens de satélite fornece um panorama claro da situação em cada estado da região, possibilitando a identificação das áreas mais críticas e, consequentemente, o direcionamento de esforços para a proteção da Amazônia.

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