Ex-deputado do Distrito Federal é preso pelo homicídio de adolescente praticado em 2004, após denúncia de encomenda do crime.

O ex-deputado do Distrito Federal Carlos Xavier, de 62 anos, foi preso nesta semana pelo homicídio de um adolescente praticado em 2004, quando estava em sua terceira legislatura. Criador da lei que instituiu o Dia do Evangélico, ele foi o primeiro parlamentar distrital cassado na história da Câmara Legislativa do DF.

Carlos Xavier, também conhecido como Adão Xavier, foi eleito em 1994, 1998 e em 2002 pelo PPB e pelo PSD. O mandato de Xavier foi cassado após a denúncia de que encomendou o assassinato de Ewerton da Rocha Ferreira, de 16 anos.

Apesar de ter sido condenado em segunda instância pelo homicídio, Carlos Xavier respondia em liberdade por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) desde 2018, após uma decisão do então ministro Ricardo Lewandowski.

A acusação aponta que o ex-deputado contratou um homem para executar o crime após supostos casos de relacionamentos extraconjugais da mulher dele com adolescentes, incluindo a vítima, terem sido expostos.

O corpo do jovem foi encontrado com dois tiros na cabeça na manhã de 8 de março de 2004, atrás de uma parada de ônibus, próximo ao viaduto que liga o Recanto das Emas a Samambaia. O Ministério Público aponta que Xavier contratou Eduardo Gomes da Silva, conhecido como “Risadinha”, por R$ 15 mil para assassinar o adolescente. Vale ressaltar que Eduardo também foi condenado a 19 anos e três meses de prisão.

Além disso, conforme a denúncia, Silva pagou R$ 2 mil para Leandro Dias Duarte, também condenado, e para um adolescente cometerem o crime. Segundo a acusação, o autor dos disparos foi o próprio jovem.

O caso chocou a população de Brasília, evidenciando a extrema vulnerabilidade de adolescentes diante de relações de poder e corrupção. A condenação de Carlos Xavier traz à tona um triste episódio da história política do Distrito Federal, mostrando que a justiça, ainda que tardia, foi feita.

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