Governo colombiano responsabiliza a guerrilha do ELN por crise nas negociações de paz e prolongação do confronto armado.

O governo colombiano anunciou em coletiva de imprensa na quarta-feira (21) que o Exército de Libertação Nacional (ELN) é responsável por uma “crise desnecessária” nas negociações de paz, acarretando no prolongamento do conflito armado. O governo declarou que o ELN resolveu congelar as conversas iniciadas em novembro, levando a uma crise prolongada no confronto armado e na violência sofrida pelas comunidades, enfraquecendo a confiança da sociedade colombiana em sua vontade de paz.

As negociações entre as delegações oficiais e o ELN, já realizaram seis ciclos de negociações em três países diferentes, estavam marcadas para retornar a Caracas em abril. No entanto, uma série de impasses está minando o futuro dos acordos, como “bloqueios armados”, sequestros e confrontos com outros grupos armados.

Segundo especialistas, um dos grandes desafios nas negociações é o fato de que o ELN conta com cerca de 5.800 combatentes e uma ampla rede de colaboradores, tornando suas frentes autônomas no campo militar. Esta autonomia dificulta significativamente as negociações, complicando ainda mais o processo de paz na Colômbia.

Em comunicado nesta quarta-feira, a Defensoria do Povo qualificou a posição do ELN como “inaceitável” e garantiu que demonstra “a sua vontade de pressionar o Estado para que não haja participação da sociedade”. A situação levanta uma série de questionamentos sobre a unidade de comando do ELN e sua Fente de Guerra Ocidental, que opera no sudoeste do país.

O presidente de esquerda Gustavo Petro se posicionou em defesa de uma saída final dialogada para seis décadas de conflito armado e violência através de acordos de paz com o ELN e os dissidentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que se recusaram a aceitar um pacto de paz em 2016. Com isso, a preservação do diálogo entre o governo e o ELN continua como prioridade no país.

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