Morre o sociólogo brasileiro Luiz Werneck Vianna aos 86 anos, deixando um legado marcante para a sociologia brasileira.

O renomado cientista social Luiz Werneck Vianna faleceu aos 86 anos nesta quarta-feira. Com uma carreira sólida, Vianna formou-se em Direito e se tornou um intelectual de destaque no cenário acadêmico do Brasil. Além de lecionar em diversas universidades do país, o especialista publicou vários livros essenciais para a sociologia brasileira, como o aclamado “Liberalismo e sindicato no Brasil”.

Nascido em 1938, no Rio de Janeiro, Vianna cresceu em Ipanema, um bairro aristocrático da zona sul da cidade. Apesar de frequentar escolas elitistas, enfrentou desafios, inclusive sendo expulso devido a uma denúncia realizada por pais preocupados com uma possível “influência comunista”.

Desde jovem, Luiz Werneck Vianna demonstrou uma inclinação para a leitura, sendo fortemente influenciado por autores como Monteiro Lobato, Eça de Queiroz, Fiódor Dostoiévski e Miguel de Cervantes, todos eles contribuindo para sua inclinação humanista que marcaria sua carreira ao longo dos anos.

Ingressando na Universidade do Estado da Guanabara em 1958, Vianna logo se tornou membro do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Durante a graduação em Ciências Sociais na Universidade Federal do Rio de Janeiro, o cientista acabou se envolvendo em movimentos esquerdistas, destacando-se por sua atuação no Centro Popular de Cultura, vinculado à União Nacional dos Estudantes.

No entanto, sua carreira acadêmica foi abruptamente interrompida em 1964, devido ao golpe civil-militar que se abateu sobre o país. Luiz Werneck Vianna foi alvo de perseguições do regime e acabou partindo para o exílio no Chile. Após retornar ao Brasil, foi detido por seis meses, mas conseguiu retomar os estudos, ingressando no doutorado em Sociologia na Universidade de São Paulo.

Ao longo de sua carreira acadêmica, Vianna manteve sua atuação expressiva, lecionando por três décadas no IUPERJ e presidindo a ANPOCS, além de trabalhar no Departamento de Sociologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Sua morte foi lamentada pela comunidade acadêmica, que reconhece a marcante contribuição de Vianna para o pensamento social no Brasil.

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