Os incêndios, que resultaram na morte de pelo menos 133 pessoas e na destruição de 7.000 casas, afetaram os arredores da cidade costeira de Viña del Mar. Esta foi a pior tragédia desse tipo no Chile desde 2009 e, de acordo com os especialistas, a sequência de incêndios não pode ser totalmente atribuída aos fatores climáticos.
O estudo aponta que as condições de calor, secura e vento na região central do Chile não estão mostrando mudanças significativas, o que sugere que a mudança climática global não influenciou diretamente a ocorrência desses incêndios. Além disso, a temperatura média anual ao longo da região costeira do centro-norte do Chile está diminuindo, o que é um fenômeno raro em comparação com outros lugares do mundo.
Os pesquisadores também encontraram um possível impacto mais significativo do mau uso do solo na região, particularmente devido à expansão das monoculturas de pinheiros e eucaliptos. Essas espécies são mais inflamáveis do que a vegetação nativa, o que aumenta consideravelmente o risco de ignição e propagação de incêndios.
Além disso, as autoridades estão investigando se os incêndios foram provocados de forma intencional ou por negligência, o que também pode ter contribuído para a devastação causada na região. No entanto, os especialistas alertam que, se o aquecimento global aumentar 2ºC, é provável que o clima propenso aos incêndios retorne com mais intensidade nos arredores de Viña del Mar e Valparaíso.
Em resumo, o estudo divulgado pela World Weather Attribution indica que a mudança climática e o El Niño não foram os principais motivos por trás dos incêndios florestais em Valparaíso, apontando também para um possível impacto do mau uso do solo na região. Esta análise traz importantes contribuições para a compreensão dos fatores que desencadeiam incêndios florestais e, consequentemente, pode orientar estratégias de prevenção e manejo mais eficazes para evitar futuras tragédias.