Regresso ao passado: Afeganistão realiza execuções públicas de condenados por assassinato após retorno do Talibã ao poder

Hoje trago a vocês uma notícia extremamente alarmante que ocorreu nesta quinta-feira (22) no Afeganistão. Dois homens foram condenados por assassinato e tiveram a execução realizada de forma pública no estádio de futebol da cidade de Ghazni, uma região localizada no leste do país.

Milhares de homens compareceram ao estádio para assistir as execuções. Segundo relatos de um alto representante da Suprema Corte, Atiqullah Darwish, “as duas pessoas foram condenadas por assassinato após dois anos de processo nos tribunais do país. A ordem (de execução) foi assinada pelo líder supremo do país, Hibatullah Akhundzada”. As famílias das vítimas estavam presentes no estádio, e recusaram-se a perdoar os réus, uma possibilidade contemplada na lei islâmica.

O governo afegão manteve sigilo sobre os detalhes dos condenados e dos crimes cometidos por eles. Vale ressaltar que as execuções públicas eram frequentes durante o primeiro regime Talibã, entre 1996 e 2001, sendo que os condenados eram executados com tiros ou apedrejados, dependendo do crime cometido. Desde que o movimento Talibã retornou ao poder em Cabul, em agosto de 2021, outras duas execuções também aconteceram em público, todas envolvendo condenados por assassinato.

A última execução havia acontecido em junho do ano passado, na província de Laghman, localizada no leste do país, onde um homem condenado por assassinar cinco pessoas foi executado a tiros em uma mesquita, diante de quase 2.000 pessoas. Além disso, as autoridades também organizaram açoitamentos públicos por outros crimes, como roubo, adultério e consumo de álcool.

Portanto, diante dessas execuções ocorridas no Afeganistão, torna-se evidente que o país continua a utilizar métodos extremos de punição, envolvendo execuções públicas, o que gera grande preocupação a nível internacional. Com o retorno do Talibã ao poder, tais práticas têm se reafirmado, levantando preocupações quanto ao respeito aos direitos humanos e aos princípios básicos de justiça. Ademais, histórias como essa deixam claro que a violência e a repressão continuam a marcar a rotina da população afegã, gerando um cenário de grave tensão e insegurança. Este triste episódio intensifica o olhar crítico sobre a situação do Afeganistão e reacende debates acerca dos limites éticos e morais das práticas de punição adotadas pelo país.

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