Sebastian Kurz, que em 2017 se tornou o chefe de governo mais jovem eleito no mundo aos 31 anos, tentou se defender durante os 11 dias de audiência. Ele abandonou a política de forma retumbante em 2021.
As autoridades judiciais consideraram Kurz culpado de mentir para uma comissão parlamentar sob juramento. Esta é a primeira vez em mais de 30 anos que um ex-chefe de governo austríaco presta contas à Justiça.
O ex-dirigente conservador negou ter mentido aos deputados quando foi interrogado em 2020 sobre a indicação de seu amigo íntimo, Thomas Schmid, para dirigir uma empresa de capital estatal.
A promotoria argumentou que o político controlava tudo em seu partido, usando diversas mensagens de texto como prova. Intervir em uma indicação não é um crime na Áustria, mas mentir sob juramento é considerado uma violação.
O julgamento de Kurz abordou apenas uma parte das acusações que enfrenta, e as acusações de corrupção, mais graves, ainda estão sob investigação. Ele é suspeito de desviar recursos públicos para encomendar pesquisas de opinião manipuladas e assegurar uma cobertura positiva na imprensa sensacionalista.
Os casos de corrupção estão relacionados ao escândalo Ibizagate, que veio à tona em 2019. Neste escândalo, um vídeo mostrava o líder do partido de extrema direita oferecendo contratos públicos em troca de apoio. A partir desses desdobramentos, Kurz é acusado de desviar recursos públicos e manipular a opinião pública.
Em resumo, Kurz enfrenta sérias acusações que abalam a política austríaca e a sua carreira como ex-chefe de governo. A decisão do tribunal em considerá-lo culpado de falso testemunho certamente terá repercussões significativas no país e no cenário político internacional.
