Israel desafia pressão internacional com apoio dos EUA, mas enfrenta rara quebra e condenações na ONU e Corte Internacional de Justiça.

A ofensiva de Israel em Gaza e o desafio do país contra organizações internacionais vêm gerando uma onda de condenação na ONU e em dezenas de países. A operação militar em Gaza resultou na morte de aproximadamente 29 mil palestinos, incluindo mulheres e crianças, e deixou grande parte do território em ruínas.

A pressão global tem isolado o governo israelense e seu primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, apesar de ainda contarem com o apoio dos Estados Unidos. No entanto, o governo norte-americano está circulando um projeto de resolução no Conselho de Segurança da ONU, alertando o Exército israelense para não realizar uma ofensiva terrestre em Rafah, perto do Egito, onde mais de 1 milhão de refugiados palestinos estão se abrigando, e pedindo um cessar-fogo temporário.

A administração Biden está sinalizando que Netanyahu não pode mais considerar a proteção dos Estados Unidos como garantida, o que representa um rompimento raro entre Israel e Washington. Porém, o presidente Biden não permitiu que a pressão internacional o influenciasse, invocando seu veto no Conselho de Segurança para bloquear uma resolução que exigia um cessar-fogo imediato em Gaza.

Israel tem sido protegido pela influência dos Estados Unidos nas Nações Unidas desde a sua criação, em 1945. Os EUA usaram seu veto mais de 40 vezes para proteger Israel no Conselho de Segurança. Apesar disso, o coro de vozes de capitais estrangeiras se tornou ensurdecedor nos últimos dias, com o Partido Trabalhista da oposição no Reino Unido pedindo um cessar-fogo imediato em Gaza.

A situação de isolamento de Israel também ocorre na Corte Internacional de Justiça em Haia, onde representantes de 52 países estão se preparando para apresentar argumentos em um caso que examina a legalidade da “ocupação, assentamento e anexação” de territórios palestinos por Israel, incluindo a Cisjordânia e Jerusalém Oriental. A maioria tem sido extremamente crítica em relação a Israel, comparando o tratamento de Israel aos palestinos a uma “forma extrema de apartheid”.

Apesar do desafio de Israel às organizações internacionais, o país também as considera em alguns momentos. O governo israelense inicialmente rejeitou a alegação de genocídio da África do Sul como “desprezível”. No entanto, acabou enviando uma equipe jurídica de alto nível para apresentar seus argumentos na Corte Internacional de Justiça. A decisão final da corte seria apenas consultiva, e Israel se recusou a comparecer a esses procedimentos.

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