Durante sua coletiva de imprensa, López Obrador leu o número de telefone da jornalista em questão, mostrando um questionário enviado pelo veículo americano para a matéria. Esse ato provocou uma investigação sobre a proteção de dados e gerou críticas de organizações e do próprio jornal.
O presidente mexicano argumentou que a liberdade é um princípio sublime que deve prevalecer sobre qualquer lei e que, diante das acusações sem provas, era necessário garantir transparência. Ele ainda acusou a imprensa de servir a interesses privados e de caluniá-lo e sua família.
Por outro lado, o The New York Times afirmou que o vazamento do número foi uma tática inaceitável, principalmente em um momento em que ameaças contra jornalistas estão em crescimento. Organizações defensoras da liberdade de expressão criticaram a postura do presidente em não pedir desculpas à jornalista.
Jan-Albert Hootsen, representante do Comitê para a Proteção dos Jornalistas, afirmou que López Obrador está agindo acima das leis e não se importando com as consequências para os direitos fundamentais. Já Balbina Flores, porta-voz do Repórter Sem Fronteiras, destacou a necessidade de uma retratação do presidente diante do ocorrido.
A reportagem do The New York Times apontava possíveis vínculos entre pessoas próximas a López Obrador e o narcotráfico, porém, ressaltou que os Estados Unidos nunca abriram formalmente uma investigação sobre o presidente mexicano nesse sentido. Apesar disso, a polêmica gerada pelo vazamento do número da jornalista continua repercutindo.