Após uma queda de 1,2% em 2022, a economia russa cresceu 3,6% em 2023 e no terceiro trimestre registrou um crescimento de 5,5%. Esses números demonstram que as sanções impostas ainda não tiveram o impacto esperado nos adversários de Moscou.
O Fundo Monetário Internacional aponta que o crescimento da economia russa é frágil, sustentado principalmente pelos gastos militares impulsionados por recursos estatais. Diante disso, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou mais 500 sanções econômicas contra a Rússia na véspera do segundo aniversário do conflito.
O professor de Relações Internacionais da Universidade Federal do ABC, Gilberto Maringoni, ressaltou que a expectativa inicial do Ocidente era de isolar economicamente e politicamente a Rússia para vencer o conflito. No entanto, a aproximação da Rússia com o mercado asiático, em especial a China, e a aliança entre esses dois países acabaram impactando positivamente a economia russa.
As sanções econômicas impostas não conseguiram conter os objetivos de Vladimir Putin em anexar as províncias do leste da Ucrânia. Além disso, a união entre China, Rússia e Irã como principais adversários dos Estados Unidos fortaleceu-se durante o conflito.
Portanto, a situação da Rússia na guerra parece mais favorável do que a da Ucrânia e seus aliados, conforme destacam os especialistas Robson Valdez e Gilberto Maringoni. A longo prazo, a Ucrânia pode enfrentar perdas territoriais e a dificuldade de negociar a paz sem uma desmilitarização. A continuidade do conflito também pode influenciar negativamente a economia dos Estados Unidos e da Europa, o que pode impactar as eleições e a imagem dos países no cenário internacional.
