Justiça peruana autoriza desconexão de aparelhos que mantém mulher viva após batalha judicial de Maria Beníto

A Justiça peruana decidiu encerrar o caso da paciente Maria Benito, que enfrentava uma luta contra a vida devido à esclerose lateral amiotrófica (ELA). Após inúmeras dificuldades para conseguir que sua vontade fosse respeitada, a mulher conseguiu o direito de ter os aparelhos que a mantinham viva desligados.

Maria Benito, aos 65 anos, residente em Huancayo, Peru, estava decidida a encerrar seu sofrimento e partir em paz, devido à progressão fatal da doença. Mesmo mantendo plena consciência, a paciente lutou para que sua vontade fosse respeitada e contou com o apoio da advogada Josefina Miró Quesada, que esteve comprometida com o caso desde o início.

Após muitos obstáculos e meses de incerteza, a justiça decidiu, no início de fevereiro, a favor de Maria Benito, permitindo que os tratamentos que prolongavam sua vida fossem interrompidos. A decisão não é considerada eutanásia, mas sim uma interrupção de tratamentos não consentidos.

No entanto, novos desafios surgiram no caso, já que o sistema de saúde não conseguiu chegar a um consenso sobre quem deveria desconectar os aparelhos de Maria Benito. O Hospital Edgardo Rebagliati Martins se opôs a realizar o procedimento, alegando objeção de consciência dos médicos.

A presidente do EsSalud, Maria Aguilar, confirmou que o desejo da paciente será atendido, mas a situação ainda precisa ser resolvida entre as partes envolvidas. A advogada Josefina Miró Quesada defende que a decisão judicial deve ser cumprida, e os responsáveis por descumpri-la serão sancionados.

A família de Maria Benito, especialmente sua filha Ketty, está lutando para lidar com a difícil decisão da mãe. Ketty compreende e respeita a vontade da mãe, mas ainda está em processo de assimilação e aceitação. Maria Benito expressa que seus filhos são o maior presente da vida para ela e ressalta a importância de buscar a felicidade.

Diante de tantas reviravoltas, a saga de Maria Benito continua, enquanto a luta entre sua vontade e os obstáculos jurídicos e de saúde persistem. O caso serve como um exemplo significativo para as pessoas que buscam uma morte digna, mas esbarram em barreiras legais e burocráticas que dificultam a concretização de seus desejos. A batalha pela autonomia e dignidade no fim da vida permanece como um tema relevante e sensível na sociedade peruana e ao redor do mundo.

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