A análise, que utilizou dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Sistema de Informações Hospitalares (SIH) e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde, revelou que as taxas de notificação de autolesões aumentaram em todas as regiões do Brasil durante o período analisado. Além disso, os registros de suicídio na população em geral também apresentaram crescimento, com uma média de 3,7% ao ano.
Em relação à raça e etnia, o estudo apontou que as taxas de notificação de suicídio e autolesões são maiores entre a população indígena, com mais de 100 casos a cada 100 mil pessoas. No entanto, apesar do alto número de notificações, a população indígena mostrou menores taxas de hospitalização, sugerindo barreiras no acesso aos serviços de saúde de urgência e emergência.
Durante a pandemia da covid-19, houve um aumento das discussões sobre transtornos mentais como ansiedade e depressão, mas os registros de suicídio permaneceram em tendência crescente, sem alterações significativas. A psiquiatra Alessandra Diehl destacou a importância de políticas e intervenções para prevenir o suicídio entre crianças e jovens, enfatizando a necessidade de serviços de atenção mais abrangentes para essa faixa etária.
Para ajudar aqueles que estão enfrentando crises emocionais e pensamentos suicidas, o Centro de Valorização da Vida (CVV) oferece apoio emocional gratuito por telefone, através do número 188, e por chat online. Outros canais de auxílio incluem o Mapa da Saúde Mental e o Pode Falar, que oferece ajuda em saúde mental para adolescentes e jovens de 13 a 24 anos.
Diante do aumento alarmante das taxas de suicídio e autolesões entre jovens, é fundamental promover a conscientização e o acesso a serviços de saúde mental para prevenir novos casos e oferecer suporte àqueles que estão lutando contra problemas emocionais. É necessário adotar medidas preventivas e intervenções eficazes para garantir o bem-estar mental e emocional dessa população vulnerável.