Dojival Vieira dos Santos, membro da Comissão da OAB de Cubatão, destacou que o incêndio ocorreu durante o governo do último presidente militar, João Baptista Figueiredo, em uma cidade classificada como Área de Segurança Nacional. Ele alega que a tragédia poderia ter sido evitada se medidas adequadas tivessem sido tomadas a tempo. No entanto, houve uma suposta “Operação Abafa” para impedir investigações, minimizando o número real de mortes e consequências para a Petrobrás.
O advogado também enfatizou que a tragédia na Vila Socó refletiu o modelo econômico da ditadura militar, privilegiando o lucro em detrimento da segurança e bem-estar da população. Entre as poucas pessoas indenizadas pelo acidente, Neigila Aparecida Soares da Silva compartilhou sua história de perda e falta de assistência adequada após o incidente.
O ato em memória das vítimas contou com a presença do Secretário de Governo da Prefeitura de Cubatão, César da Silva Nascimento, que explicou a falta de apoio da gestão municipal, justificando a decisão de deixar a homenagem a cargo da sociedade civil. A manutenção do memorial na comunidade foi realizada recentemente pela prefeitura, porém, a placa com os nomes das vítimas desaparecidas foi furtada e vandalizada.
A Petrobrás não participou da cerimônia e não se pronunciou sobre sua responsabilidade no acidente na Vila Socó. As famílias das vítimas continuam em busca de justiça e reconhecimento para garantir que a memória dos que foram afetados seja preservada e que a responsabilidade pelas falhas que levaram ao incêndio seja devidamente atribuída.